A reunião foi realizada após a participação de Barroso em uma cerimônia de instalação da comissão que irá coordenar a presidência do Brasil no G20. Além do presidente Lula, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), ministros de estado e o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, estiveram presentes no evento.
O encontro entre Lula e Barroso não estava previsto na agenda de nenhum dos dois e foi registrado na agenda oficial do presidente. De acordo com fontes próximas, essa foi a primeira reunião particular entre os dois neste ano.
A PEC que restringe os poderes do STF foi aprovada com 52 votos a favor, três a mais do que o mínimo necessário para alterar a Constituição. A decisão contou com o voto favorável do líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), que posteriormente afirmou que sua posição foi “estritamente pessoal” e que não foi orientada pelo Executivo.
Entretanto, a presidente do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann (PR), classificou o voto de Wagner como um “erro” e afirmou que o texto beneficiava os “interesses da extrema-direita”. Além disso, no início da sessão do STF, o ministro Barroso fez um pronunciamento contrário à PEC, ressaltando que a Corte “não vê razão” para mudanças em seu funcionamento. Os ministros Gilmar Mendes e Alexandre de Moraes também criticaram a proposta durante a sessão.
A reunião entre Lula e Barroso, em meio a esse cenário de tensão entre o Executivo e o Judiciário, demonstra a busca por diálogo e entendimento entre as instituições em um momento de polarização e discordâncias políticas. Ambos os líderes, mesmo que em posições distintas, buscam encontrar um caminho para superar as divergências e manter o equilíbrio entre os poderes.