Tanto os interlocutores do presidente quanto do ministro veem essa aproximação como algo necessário para manter um ambiente institucional harmônico, principalmente após as crises entre os Poderes durante a gestão de Jair Bolsonaro. Atualmente, há um clima de estremecimento entre o STF e o Congresso, manifestado nas votações do Senado e nas críticas do presidente da Casa, Rodrigo Pacheco, ao Judiciário.
Os auxiliares jurídicos de Lula acreditam que a relação com Barroso será mais próxima do que foi com Rosa Weber, que antecedeu o ministro na presidência do STF e tinha uma postura mais reservada. A análise é de que Barroso poderá seguir o mesmo caminho de Gilmar Mendes e Alexandre de Moraes, dois integrantes da Corte que já tiveram desentendimentos com Lula e o PT no passado e hoje desfrutam de uma comunicação privilegiada com o presidente.
Jorge Messias, chefe da AGU, é um dos nomes cotados para ocupar a vaga aberta no STF com a aposentadoria de Rosa Weber e tem conversado com Barroso pelo menos uma vez por semana.
No Palácio do Planalto, a presença de Lula na posse de Barroso é citada como um exemplo da disposição em estabelecer uma ponte entre os dois. O evento ocorreu pouco mais de 12 horas antes do presidente ser internado para realizar cirurgias no quadril e nos olhos. Lula já estava seguindo os protocolos médicos pré-operatórios, mas escolheu comparecer à Corte. Pessoas próximas ao líder petista enxergam esse gesto como uma tentativa de prestigiar Barroso, já que Lula poderia ter optado pelo recomendado repouso e feito apenas uma ligação protocolar.
Essa aproximação entre Lula e Barroso será acompanhada de perto, já que pode representar uma mudança significativa nas relações entre o Executivo e o STF. Ambos demonstram estar dispostos a buscar um diálogo constante em prol da harmonia entre os Poderes, o que pode trazer benefícios ao país.