A ministra, durante seu discurso de despedida, ressaltou que foi apenas a terceira mulher a integrar o STF e comemorou a aprovação da resolução do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) que busca maior equilíbrio de gênero na segunda instância. Segundo Rosa, a igualdade de gênero é um pressuposto fundamental da democracia.
Em seu último ano no Supremo, Rosa Weber enfrentou desafios, especialmente durante os atos extremistas de 8 de janeiro. Contudo, a ministra ressaltou que o STF permanece firme e vigilante na defesa dos valores democráticos e na concretização das promessas da Constituição. Em sua gestão, Rosa implementou mudanças estruturais no funcionamento da Corte, como a fixação de um prazo de 90 dias para os pedidos de vista dos processos, visando agilizar a análise dos casos pelos magistrados.
Durante seu período no STF, Rosa Weber julgou casos emblemáticos, como o marco temporal para demarcação de terras indígenas e a descriminalização do porte de drogas. A ministra foi responsável por derrubar a tese de que só seriam passíveis de demarcação as terras ocupadas na data da promulgação da Constituição de 1988. Além disso, seu voto favorável à descriminalização do aborto até a 12ª semana de gestação demonstrou seu compromisso com os direitos das mulheres.
Ao comentar sobre a sua sucessão, Rosa Weber demonstrou preocupação com o futuro do julgamento sobre a descriminalização do aborto em uma Corte “tão masculina”. Porém, o ministro Luís Roberto Barroso afirmou que ela teve uma carreira impecável e agradeceu pelo trabalho realizado durante sua gestão.
Rosa Weber encerra sua carreira no STF deixando um legado de bravura e competência. Sua preocupação com a igualdade de gênero e a defesa dos direitos das mulheres foi evidente ao longo de sua trajetória na Corte. Agora, a expectativa está voltada para a nomeação de uma nova ministra, para que a presença feminina seja mantida no STF.