A iniciativa de realizar a sessão de forma virtual é uma estratégia para assegurar que o Legislativo siga operando, apesar do embate com os aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro, que têm se mobilizado ativamente nos plenários da Câmara e do Senado. O presidente do Senado justificou sua decisão através de uma nota, enfatizando que não aceitaria intimidações ou tentativas de constrangimento que pudessem desestabilizar o funcionamento da casa legislativa. “O Parlamento não será refém de ações que visem desestabilizar seu funcionamento”, declarou Alcolumbre.
O presidente também ressaltou a importância da votação da proposta de isenção do Imposto de Renda, chamando-a de uma questão de relevância direta para a sociedade. Em sua visão, a democracia é construída não somente através do diálogo, mas também pela responsabilidade e firmeza necessárias em tempos de crise.
Na quarta-feira (6/8), o protesto dos parlamentares bolsonaristas se intensificou, chegando ao segundo dia. Durante a madrugada, eles realizaram uma vigília nas duas casas do Congresso e, na parte da tarde, ampliaram as ações de mobilização ao ocupar o auditório Nereu Ramos, espaço tradicionalmente reservado para audiências e solenidades da Câmara. No Senado, um grupo de parlamentares chegou a se acorrentar à mesa de trabalho, evidenciando a determinação da oposição.
A reação da oposição, segundo eles mesmos, se deu em resposta à tentativa da Mesa Diretora da Câmara de conduzir as sessões legislativas em lugares fora dos plenários, o que poderia minimizar o impacto da obstrução. Para evitar tumultos e a criação de imagens que pudessem ser exploradas politicamente, na terça-feira (5/8), a administração da Câmara restringiu o acesso aos plenários após as 19h, permitindo apenas a entrada de parlamentares. Esse cenário tenso revela a complexidade política atual e os desafios enfrentados no Legislativo brasileiro.