Presidente do PL reclama de filiados e expõe divisão em disputa de 2024 com Bolsonaro e aliados em São Paulo.



A decisão recente do presidente do Partido Liberal (PL), Valdemar Costa Neto, de emitir um comunicado criticando o comportamento de filiados na disputa eleitoral de 2024 expõe uma divisão interna dentro da legenda, especialmente ligada ao ex-presidente Jair Bolsonaro. Membros próximos ao ex-presidente acreditam que, principalmente em municípios de São Paulo, o líder partidário fechou acordos com políticos que não possuem afinidade com o bolsonarismo e nem com a direita, o que tem levado à recusa de apoio desses pré-candidatos por parte dos bolsonaristas.

A ala bolsonarista dentro do PL também enxerga a influência do presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo, André do Prado (PL), nas decisões do partido para as eleições de 2024. Prado teria fechado acordos com as bases eleitorais de deputados estaduais para garantir seu apoio à chefia do Legislativo paulista, diluindo assim a influência do bolsonarismo no partido.

A resolução de Valdemar Costa Neto parece buscar constranger Bolsonaro, que teria manifestado a intenção de não apoiar todos os pré-candidatos definidos pelo PL, o que teria motivado a reação por parte do presidente da legenda. Além disso, declarações nas redes sociais de figuras como o ex-ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles, que afirmou “Faço campanha para quem eu quiser”, parecem indicar um choque de ideais dentro do partido.

Essas desavenças entre os grupos ligados a Bolsonaro e ao PL têm se refletido em disputas em diversas cidades, como Guarulhos, Americana, São Sebastião e Ilhabela. Os questionamentos em torno da filiação de políticos no PL, que não são vistos como alinhados ao bolsonarismo, e as preferências de Bolsonaro por outros candidatos têm gerado tensões e críticas internas no partido.

Ainda há divergências em relação a candidaturas em cidades como Campo Grande, onde o PL voltou atrás da pré-candidatura de Rafael Tavares por não ser considerado suficientemente alinhado ao bolsonarismo, e em casos como em Ilhabela e São Sebastião, onde as preferências de Bolsonaro diferem dos candidatos lançados pelo PL.

Em meio a todo esse cenário, uma parte do partido expressa a necessidade de paciência e evita rupturas, argumentando que o PL está passando por uma fase de expansão e transição, com a chegada de novos quadros. A tendência é de neutralidade em casos de divergência, procurando evitar apoio público a adversários do partido, mas também sem se sentirem obrigados a fazer campanha para candidatos que não sejam vistos como suficientemente bolsonaristas.

Diante desse contexto de conflitos internos e divisões no PL, se faz necessário aguardar para ver como essas questões serão resolvidas e como o partido irá lidar com as pressões e diferenças de opinião entre seus filiados e lideranças.

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