Essa decisão de Valdemar gerou desconforto com a ala mais próxima do ex-presidente Jair Bolsonaro, considerada mais radical. Braga Netto, impedido pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes de se relacionar com outros investigados, está impossibilitado de cumprir suas funções no PL, incluindo a articulação para as eleições municipais. Enquanto isso, Marcelo Câmara encontra-se detido.
O corte nos salários é visto por pessoas próximas a Bolsonaro como uma tentativa de Valdemar se proteger das investigações da Polícia Federal em relação à suposta tentativa de golpe de Estado. Neste contexto, Valdemar, ao ser convocado a depor pela PF, respondeu aos questionamentos por cerca de três horas, enquanto Bolsonaro optou por permanecer em silêncio.
Bolsonaro solicitou a Valdemar que a suspensão dos salários seja temporária, vigente apenas enquanto Braga Netto estiver impedido de se comunicar com o partido. Paralelamente, Valdemar e Bolsonaro adotaram um protocolo de evitar encontros ou contatos, devido a restrições judiciais. Imagens de segurança estão sendo armazenadas na sede do PL, e ambos têm utilizado interlocutores para evitar coincidência de presença no local.
Durante depoimento à PF, Valdemar decidiu colaborar, após indicar que seguiria a mesma estratégia de Bolsonaro. Aliados do presidente do PL afirmaram que ele compareceu disposto a depor para diferenciar sua postura da dos demais envolvidos. A defesa de Valdemar afirmou que ele respondeu a todas as perguntas feitas, porém preferiu não comentar sobre as investigações em curso.