Presidente da Tanzânia pede que mulheres abandonem os métodos contraceptivos

Conhecido por suas posições controversas, o presidente da Tanzânia, John Magufuli, pediu que as mulheres parem de tomar a pílula anticoncepcional porque o país precisa de mais pessoas. Declaração foi feita em um comício no distrito de Meatu, no Norte do país, neste domingo.

Segundo Magufuli, as pessoas que usam métodos de planejamento familiar são “preguiçosas”, que “não querem trabalhar duro para alimentar uma família grande”. Desde 2015, o presidente sugere medidas polêmicas. No ano passado, por exemplo, ele propôs que as alunas grávidas fossem impedidas de retomar seus estudos após o parto.

— Eu viajei para a Europa e outros lugares e vi os efeitos prejudiciais do controle de natalidade, alguns países enfrentam um declínio demográfico, eles não têm trabalho — disse Magufuli durante um discurso neste domingo, segundo o jornal “The Citizen”. — É importante reproduzir! As mulheres podem abandonar a partir de agora os métodos contraceptivos, revela o Extra.

Segundo a “BBC”, o deputado da oposição Cecil Mwambe criticou os comentários, dizendo que eles contradizem a política de saúde do país. Em média, uma mulher na Tanzânia tem mais de cinco filhos, entre as taxas mais altas do mundo. Mwambe disse que se o presidente Magufuli quisesse que seus comentários fossem levados a sério, ele deveria mudar o esquema de seguro de saúde para cobrir 10 crianças em vez das atuais quatro por família.

— Se você tem gado, você é um grande fazendeiro, pode alimentar seus filhos, por que recorrer ao controle de natalidade? — indagou o presidente.

A ONU prevê que a população africana dobrará até 2050 para atingir 2,5 bilhões de pessoas, o que provocou alertas sobre uma “bomba demográfica” se o crescimento econômico e a geração de empregos não acompanharem o ritmo. A Tanzânia tem atualmente uma população de cerca de 60 milhões, sendo que 49% vivem com menos de US$ 2 por dia.

11/09/2018

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