Caso aceito para tramitação, o processo ficará a cargo de um dos tribunais de instrução do Tribunal Nacional da Espanha. O jornal El Español teve acesso à denúncia do Ministério Público, onde é mencionado que Jenni Hermoso sofreu pressões constantes e repetidas de Rubiales no ambiente profissional para que ela aprovasse publicamente o ato cometido pelo presidente da RFEF.
“A jogadora, assim como o seu ambiente mais próximo (família e amigos), sofreram pressões constantes e repetidas do Sr. Rubiales em seu ambiente profissional, com o objetivo de justificar e aprovar publicamente o ato cometido contra a sua vontade. Uma situação de assédio”, diz a denúncia.
Como consequência desse caso, Rubiales foi suspenso do cargo de presidente da Federação Espanhola pela Fifa. Além disso, a RFEF, sob comando interino, anunciou a demissão do técnico da seleção, Jorge Vilda, que era apoiador de Rubiales.
Para entender o caso, no dia 20 de agosto, a Espanha se sagrou campeã da Copa do Mundo Feminina ao derrotar a Inglaterra por 1 a 0. Durante a cerimônia de entrega das medalhas, Rubiales abraçou Hermoso e lhe deu um beijo na boca, sem o seu consentimento. Horas depois, a jogadora declarou que não gostou da situação e afirmou que não havia o que fazer naquele momento.
O ato causou repercussão nas redes sociais e mobilizou políticos e personalidades do esporte. Segundo a imprensa espanhola, Rubiales teria tentado convencer Hermoso a aparecer em um vídeo com ele, na tentativa de minimizar a seriedade das acusações, chegando até a utilizar o nome de suas filhas para pedir sua colaboração. No entanto, ela recusou.
Inicialmente, Rubiales havia tentado colocar o beijo à força como uma “brincadeira entre amigos” em um momento de celebração, mas, diante das críticas, mudou sua estratégia, admitindo o erro e afirmando que foi algo espontâneo.
Através de uma nota emitida pelo Futpro, sindicato que representa jogadoras de futebol na Espanha, Hermoso afirmou que sua equipe jurídica estava cuidando do assunto e pediu que atos como esse não fiquem impunes.