Durante seu depoimento, Abraão Lincoln foi questionado pelo deputado federal Duarte Jr. quanto ao seu relacionamento com Gabriel Negreiros, tesoureiro da CBPA e padrinho de um neto do sindicalista. O parlamentar apresentou evidências que contradiziam as afirmações de Lincoln, incluindo uma foto do batizado da criança e a alegação de que Abraão havia depositado R$ 5 milhões na conta de Negreiros. “Ele (Abraão Lincoln) chama de relação institucional depositar R$ 5 milhões na conta do Gabriel Negreiros, que nada mais é do que padrinho do Neto dele. Ele ser padrinho do seu neto, é relação institucional?”, criticou Duarte Jr.
Após ser confrontado com as evidências, Abraão Lincoln alegou confusão ao responder a pergunta do deputado Alfredo Gaspar. Tentando justificar sua declaração anterior de não conhecer Negreiros, ele afirmou que seu problema auditivo poderia ter influenciado sua resposta. Contudo, essa explicação não convenceu os membros da CPMI. O relator, Gaspar, destacou que havia pelo menos outros quatro momentos em que Lincoln teria dado declarações falsas.
A repercussão da prisão nas redes sociais foi imediata. Duarte Jr. reforçou a gravidade da situação em uma postagem, alertando sobre a prisão do presidente da CBPA. A deputada Bia Kicis também se manifestou, comentando que, embora Abraão pudesse pagar fiança, seu encarceramento é um reflexo sério do que foi discutido na CPMI.
Vale destacar que, mesmo diante da situação, Abraão contava com um habeas corpus concedido pelo STF, que lhe permitia não responder a perguntas que pudessem incriminá-lo. Esta prática, frequentemente utilizada por testemunhas, suscitou críticas na Comissão, evidenciando a necessidade de uma justiça mais equitativa e acessível a todos, conforme articulado por Alfredo Gaspar durante a audiência.
Além disso, um relatório da Controladoria-Geral da União (CGU) revelou que, mesmo com um número impressionante de filiados e um faturamento significativo, a CBPA não possui nenhum funcionário registrado. Essa descoberta adiciona uma camada de complexidade ao caso, levantando questões sobre a transparência e a gestão das finanças da confederação. A situação de Abraão Lincoln, portanto, não apenas reflete a crise de testemunhos na CPMI, mas também acende um alerta sobre a necessidade de reformas e justiça no sistema de representação dos trabalhadores.
