Presidente da CBF discorda de teor de carta da Conmebol sobre racismo e alega assinatura equivocada do documento.

O presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ednaldo Rodrigues, enviou um ofício à Conmebol discordando do teor de uma carta divulgada pela entidade sul-americana. O documento em questão reconhecia que o combate ao racismo estava em conformidade com as medidas mais rigorosas adotadas por outras Ligas, Confederações e pela Fifa. No entanto, a presença da assinatura da CBF na carta causou estranheza, uma vez que a entidade brasileira havia boicotado o sorteio da Libertadores em protesto contra a atuação da Conmebol em casos de racismo.

Ednaldo explicou que a carta da Conmebol foi assinada por sua assessoria de gabinete, já que ele estava em Brasília para o jogo da Seleção Brasileira contra a Colômbia e não teve acesso ao conteúdo completo do documento. Segundo o presidente da CBF, a entidade discorda veementemente da atuação da Conmebol em casos de racismo e considera as medidas adotadas pela confederação sul-americana como inócuas, ineficazes e insuficientes diante da gravidade dos eventos.

O ofício enviado por Ednaldo também destaca que a CBF fez uma denúncia à unidade disciplinar da Conmebol em relação ao caso envolvendo os jogadores Luighi e Figueiredo, que foram vítimas de racismo durante uma partida da Libertadores Sub20. A entidade brasileira solicitou a exclusão do clube envolvido na competição, assim como a identificação do autor do crime, mas a Conmebol teria se omitido, levando a CBF a comunicar o caso à Fifa.

Além disso, a carta divulgada pela Conmebol informa que representantes das associações-membros irão se reunir para debater a luta contra o racismo, a discriminação e a violência. Ednaldo Rodrigues confirmou presença no encontro marcado para 27 de março. A posição da CBF em relação à atuação da Conmebol em casos de racismo evidencia as tensões existentes no cenário do futebol sul-americano e a importância do debate sobre a questão.

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