Presidente da Câmara Suspende Convocações de Comissões Até Agosto em Meio a Protestos de Aliados de Bolsonaro Contra Decisões do STF

Na última terça-feira, 22 de julho, o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, do Republicanos da Paraíba, tomou uma decisão significativa ao publicar um ato que proíbe a convocação de comissões durante o período de recesso parlamentar informal, que se estende até o dia 1º de agosto. As atividades legislativas devem ser retomadas na segunda-feira seguinte, 4 de agosto.

Essa medida ocorre em um contexto delicado no cenário político brasileiro. Neste mesmo dia, um grupo de deputados aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro convocou sessões nas comissões de Segurança Pública e Relações Exteriores. Essa ação é interpretada como uma forma de protesto contra as decisões cautelares do ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, que afetam diretamente o ex-mandatário e seus apoiadores.

É importante destacar que o recesso deste ano não é considerado formal, uma vez que o regimento interno da Câmara estabelece que a formalização do recesso exige a votação da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO). Contudo, a LDO só deve ser discutida após a volta das atividades parlamentares, o que torna o cenário ainda mais complexo.

Na véspera dessa decisão, Bolsonaro fez uma visita à Câmara, onde se encontrou com apoiadores, exibiu sua tornozeleira eletrônica e concedeu uma declaração à imprensa. A presença do ex-presidente foi um momento marcante, especialmente considerando a mobilização de sua base. O líder do PL, Sostenes Cavalcante, que representa o estado do Rio de Janeiro, indicou que os apoiadores de Bolsonaro pretendem pressionar Hugo Motta para que pautem a proposta de anistia para aqueles que foram presos ou condenados em decorrência dos eventos adversos ocorridos em 8 de janeiro de 2023.

Essa movimentação evidencia o clima de tensão que permeia o Legislativo brasileiro, marcado por disputas entre diferentes grupos e pelas repercussões dos atos da Justiça. À medida que o recesso se aproxima do fim, observa-se um acirramento nas articulações políticas, que prometem se intensificar com a reabertura oficial das atividades parlamentares.

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