Presidente argentino Milei busca acabar com décadas de controle estatal do setor petrolífero, impactando preços e inflação no país

O presidente argentino Javier Milei está empenhado em promover mudanças significativas no setor petrolífero do país. Dentre as alterações propostas, está a liberação das exportações de petróleo bruto e a retirada do controle estatal sobre os preços dos combustíveis, permitindo que eles sejam definidos de acordo com as forças do mercado. Essas medidas foram incluídas em um amplo decreto enviado ao Congresso na quarta-feira, como parte de um esforço contínuo para desregular a economia argentina, que historicamente foi altamente controlada pelo governo.

O projeto de Milei visa substituir regras que datam da década de 1960 e que priorizam a garantia de suprimentos de combustível acessíveis no país. Essas regras têm sido apontadas como um impedimento para o desenvolvimento do vasto depósito de xisto conhecido como Vaca Muerta. A proposta de Milei também prevê que as vendas no exterior sejam livres e que o Poder Executivo não intervenha ou fixe preços no mercado doméstico, uma mudança histórica que quebra com cem anos de tradição argentina.

No entanto, a proposta de Milei enfrenta resistência no Congresso, já que seu partido é minoria e o projeto rompe com a estrutura do status quo na formulação de políticas argentinas. Mas, enquanto a legislação estiver sendo debatida, o governo começará a liberalização dos mercados de petróleo de maneira mais informal, deixando de intermediar as negociações entre os produtores de petróleo e as refinarias, permitindo que eles estabeleçam os preços do petróleo e da gasolina como desejarem.

As mudanças já começaram a impactar a população argentina, com os preços dos combustíveis aumentando em até 60% e os preços das fraldas dobrando. E, com o panorama econômico ainda incerto, as previsões apontam para um agravamento da crise no país. Apesar disso, os preços da gasolina na Argentina ainda estão entre os mais baixos do mundo, o que tem sido percebido como uma vantagem, mesmo diante dos aumentos recentes.

Enquanto isso, as medidas de Milei continuam a gerar controvérsias e prometem continuar sendo tema de debate e análise nos próximos meses, com possíveis repercussões positivas e negativas para a economia argentina.

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