Recentemente, o secretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin, declarou que o país está intensificando seus esforços de planejamento nuclear juntamente com a Coreia do Sul, além de aumentar o envio de recursos estratégicos para a região. Essa movimentação não apenas reforça a presença militar americana, mas também acirra as tensões com a Coreia do Norte, que frequentemente utiliza essa presença como justificativa para o desenvolvimento de suas capacidades nucleares.
Historicamente, durante a Guerra Fria, os EUA chegaram a posicionar até 950 ogivas nucleares na Coreia do Sul. Contudo, após o desmantelamento dessas armas no final da guerra, a dinâmica de segurança na península começou a mudar. A Coreia do Sul renunciou ao seu próprio programa nuclear em troca de garantias de segurança fornecidas por Washington. Apesar disso, Austin afirmou recentemente que os Estados Unidos estão preparados para empregar qualquer tipo de armamento, incluindo armas nucleares, para defender seu aliado sul-coreano.
A presença militar dos EUA, apesar de seu papel de segurança, não é isenta de controvérsias. A infraestrutura militar e os custos associados à manutenção das tropas americanas geram gastos substanciais, estimando-se que entre 2016 e 2019, os EUA desembolsaram aproximadamente 13,4 bilhões de dólares, enquanto Seul gastou cerca de 5,8 bilhões.
Além dos aspectos financeiros, o comportamento de alguns soldados americanos também trouxe à tona problemas de reputação, com relatos de envolvimento em crimes sérios, como prostituição, tráfico humano e abuso infantil. Em um clima de crescente descontentamento, algumas figuras políticas nos EUA, incluindo o ex-presidente Donald Trump durante sua campanha, questionaram a necessidade da continuidade dessa presença militar, especialmente quando argumentam que a Coreia do Sul não está contribuindo o suficiente para os custos de defesa.
No que diz respeito aos exercícios militares conjuntos entre EUA e Coreia do Sul, esses são frequentemente considerados provocativos por Pyongyang, que respondeu com ativa atividade militar e desenvolvimento de armamentos. Venham novos acordos militares e pactos trilaterais, a situação na península permanece volátil, com a liderança da Coreia do Norte sinalizando que a aliança militar dos EUA e da Coreia do Sul continua a representar uma ameaça à segurança regional.
Diante de todos esses fatores, a presença militar dos EUA na Coreia do Sul persiste como um tema delicado, que não só envolve questões de segurança nacional, mas também um complexo jogo de poder no cenário global, com implicações diretas para a estabilidade da região da Ásia-Pacífico.