Prêmio Pulitzer abre elegibilidade para escritores estrangeiros residentes nos EUA em novas medidas de inclusão.

Foi anunciado nesta terça-feira (13) que o Prêmio Pulitzer, um dos mais prestigiosos dos Estados Unidos, abrirá suas portas não apenas para cidadãos americanos, mas também para escritores, dramaturgos e compositores estrangeiros que residem permanentemente nos EUA. Essa expansão das condições de elegibilidade para o prêmio marca uma evolução significativa em relação às suas origens, quando o foco era exclusivamente em obras distintamente americanas.

Criado em 1917 por Joseph Pulitzer, um imigrante húngaro e editor de jornal, o Prêmio Pulitzer sempre teve o objetivo de celebrar obras que refletissem a identidade americana. No entanto, esta nova decisão do conselho que administra o prêmio reconhece a importância de incluir obras de artistas que não possuem cidadania americana, mas que contribuem significativamente para a cultura e para a literatura do país.

As categorias literárias do Prêmio Pulitzer, assim como os troféus de música e teatro, eram exclusivas para cidadãos americanos. Somente o prêmio de livro de História permitia que autores estrangeiros concorressem. No entanto, esse paradigma estava começando a mudar. Em dezembro passado, um júri que avaliava obras memorialísticas questionou a exigência de cidadania, argumentando que ela excluía grande parte da cultura americana. Esse questionamento chegou ao conselho do Prêmio Pulitzer, que logo concordou em revisar suas políticas de elegibilidade.

A gestora do Pulitzer, Marjorie Miller, ressaltou que a mudança não se trata apenas de nacionalidade, mas sim da identidade do escritor e da obra em si. A residência permanente e de longo prazo nos EUA se torna um critério importante a ser considerado pelos autores e editores. Essa decisão foi recebida com entusiasmo por artistas e escritores que há tempos defendiam essa ampliação de elegibilidade.

Ingrid Rojas Contreras, finalista do Pulitzer este ano, afirmou que a literatura feita por migrantes também é literatura americana e destacou a influência que os prêmios têm no futuro da literatura. A inclusão de escritores imigrantes e sem documentos no cânone literário americano é vista como uma valorização das suas histórias e uma ampliação da diversidade literária.

Além do Pulitzer, outros prêmios literários também abandonaram a cidadania como critério de elegibilidade, como a Academia de Poetas Americanos e a Fundação de Poesia. O National Book Award e o PEN/Faulkner Award também já contemplam não cidadãos. Essas mudanças refletem a crescente compreensão de que a literatura e a arte não têm fronteiras e que a contribuição de artistas estrangeiros é essencial para a riqueza cultural de um país.

O Prêmio Pulitzer, ao abrir suas portas para escritores, dramaturgos e compositores estrangeiros, está reconhecendo a importância desses artistas na construção da identidade americana e garantindo que suas vozes sejam ouvidas e celebradas. Essa decisão marca um passo significativo na busca pela inclusão e diversidade no mundo das artes e da literatura.

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