Premier do Iraque afirma que presença da coalizão internacional não é mais justificada e anuncia controle sobre base aérea de Ayn al-Asad

Em uma declaração recente, o primeiro-ministro do Iraque, Mohammed Shia al-Sudani, confirmou que o governo iraquiano tomará controle da base aérea de Ayn al-Asad em “questão de dias”. Essa base, localizada na província de Al-Anbar, tem sido um importante ponto de apoio para a coalizão internacional liderada pelos Estados Unidos na luta contra o grupo terrorista Daesh, também conhecido como Estado Islâmico.

Al-Sudani argumentou que, com a suposta eliminação da ameaça representada pelo Daesh, a justificativa para a presença militar internacional no país não se sustenta mais. Segundo ele, a organização terrorista, banida em diversos países, não possui mais uma base operacional no Iraque, o que reforça a necessidade de uma conclusão na presença das forças externas.

O premier também enfatizou que o controle das armas deve permanecer nas mãos do Estado iraquiano. Essa posição, segundo Al-Sudani, é uma diretriz fundamental do programa de governo e não uma exigência imposta pelos Estados Unidos. Ele reafirmou o compromisso de seu governo em garantir que o armamento permaneça sob a autoridade legítima do país, como parte das prioridades de segurança e soberania nacional.

Além disso, o governo iraquiano tem trabalhado em conjunto com os Estados Unidos para estabelecer um cronograma que visa o encerramento oficial da missão da coalizão até 2026. Recentemente, foi acordado que o prazo para a retirada definitiva das tropas será em setembro de 2025.

A presença militar dos EUA no Iraque remonta a 2003, quando as forças americanas invadiram o país e depuseram Saddam Hussein. Após um período de ocupação que culminou em 2011, as tropas retornaram em 2014 para ajudar a combater a ascensão do Daesh. Desde então, a coalizão tem conduzido ataques aéreos contra a organização terrorista em território iraquiano e sírio, tornando a questão do combate ao terrorismo uma parte central da política de segurança na região.

A declaração do primeiro-ministro reflete um desejo crescente do Iraque de afirmar sua soberania e independência em questões de defesa, sinalizando um momento potencial de transição nas relações entre Bagdá e suas aliadas ocidentais.

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