Durante o Verão Massayó, realizado em Jaraguá entre os dias 12 e 21 de janeiro, a prefeitura de Maceió gastou um total de R$ 8,2 milhões em cachês, sendo que a esmagadora maioria, cerca de R$ 7,9 milhões, foi destinada a artistas de fora da cidade. Apenas R$ 300 mil foram reservados para artistas locais, uma clara violação da lei que determina que no mínimo 50% dos recursos de eventos culturais sejam destinados a artistas da região.
As críticas ao prefeito não se limitam ao desequilíbrio nos gastos, com muitos acusando JHC de tentar eliminar a cultura local. A não publicação do edital de incentivo aos blocos carnavalescos de Maceió para o Carnaval de 2024 teve como desdobramento a classificação do prefeito como “bolsonarista” por parte de alguns. Após pressões e críticas nas redes sociais, a prefeitura recuou e publicou um convênio no valor de R$ 690 mil com a Liga Carnavalesca de Maceió.
No entanto, a velocidade com que o convênio foi realizado e a falta de tempo hábil para a publicação do edital levantam suspeitas sobre a improvisação da ação da prefeitura. Enquanto isso, a disparidade nos valores destinados aos blocos locais em comparação aos gastos com artistas nacionais chama a atenção.
Em uma comparação direta, os R$ 8 milhões pagos adiantados à escola de samba Beija-flor de Nilópolis, do Rio de Janeiro, para um desfile de 1 hora e 20 minutos contrastam com os R$ 690 mil destinados aos blocos locais que se apresentarão por mais de 120 horas. Isso significa que a Beija-flor receberá o equivalente a R$ 65,5 mil por minuto de desfile, enquanto os blocos locais vão receber uma média de menos de R$ 5,7 mil por hora.
Essa disparidade levanta questões sobre a priorização da cultura local e evidencia as escolhas da prefeitura em relação ao direcionamento dos recursos destinados às atrações culturais. A matemática por trás desses gastos tem levantado preocupações e críticas entre os artistas e apoiadores da cultura local em Maceió.