Possível Intervenção de Trump em Projetos Amazônicos: Brasil Deve Preparar Estratégia de Defesa?

A preocupação com a Amazônia e a possibilidade de ameaças à sua soberania têm ganhado destaque em meio ao contexto geopolítico atual, especialmente com as ações do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. O especialista em direito constitucional e geopolítica Guilherme Sandoval, professor da Escola da Magistratura do Estado do Rio de Janeiro, expôs sua visão sobre a questão em entrevista recentemente.

Trump, com sua política expansionista, já lançou olhares sobre regiões estratégicas, como a Groenlândia e o Canal do Panamá, o que levanta questionamentos sobre seu interesse potencial na Amazônia. Sandoval argumenta que atualmente a Amazônia não enfrenta uma ameaça imediata, já que ainda não é alvo de exploração por outras potências. Porém, a situação pode mudar drasticamente se o Brasil decidir desenvolver projetos próprios na região, atraindo investimentos de países como a China e nações europeias.

A hipótese de um crescimento econômico na Amazônia despertaria, segundo Sandoval, a atenção dos EUA, que poderiam inclusive considerar a possibilidade de uma intervenção militar. Esse interesse refletiria um padrão histórico de intervenção americana em territórios considerados estratégicos, reforçando a necessidade de o Brasil desenvolver suas capacidades de defesa e afirmação da soberania.

Para isso, Sandoval defende a criação de uma “grande estratégia nacional” que estabeleça diretrizes claras para o desenvolvimento sustentável e a proteção da Amazônia. Ele sugere que o Brasil considere modelos de estratégia de segurança semelhantes aos dos Estados Unidos, especialmente a National Security Strategy (NSS), que tem como pilares essenciais a manutenção da hegemonia militar, o fortalecimento da economia e a promoção da democracia.

A proposta de Sandoval é que o Brasil integre não apenas a Amazônia em sua estratégia, mas também a Amazônia Azul e as demais regiões que formam o arco geopolítico sul-americano, transformando a biodiversidade e os recursos naturais em elementos centrais de desenvolvimento. O especialista ainda enfatiza que a falta de uma estratégia coesa tem sido um impedimento para o Brasil se afirmar no cenário global como uma potência de destaque, algo que sublinha sua visão de que o país precisa urgentemente de uma agende abrangente e sistematizada para reafirmar sua soberania e potencial.

Assim, o futuro da Amazônia não depende apenas de sua preservação ambiental, mas também de uma postura proativa do Brasil no cenário internacional, buscando parcerias e investimentos que garantam a estabilidade e a segurança da região frente a interesses externos.

Sair da versão mobile