Uma das justificativas apresentadas por Tarcísio para sua resistência em se filiar ao PL antes das eleições é o receio de prejudicar os esforços do Republicanos em eleger prefeitos em São Paulo. Além disso, ele teme que sua mudança de partido possa afetar a série de apoios que possui na Assembleia Legislativa (Alesp), que incluem deputados de partidos como PSD, MDB e PP.
Para atrair Tarcísio para o PL, sem causar problemas ao seu partido atual, o presidente da legenda, Valdemar da Costa Neto, propôs um acordo no qual o partido de Bolsonaro não lançaria candidatos em municípios onde o Republicanos já possui prefeitos em busca da reeleição, como é o caso de Campinas e Sorocaba. A saída de Tarcísio do seu atual partido já é considerada certa até mesmo pelo presidente da legenda, Marcos Pereira.
Pereira, que é visto como um dos principais candidatos à sucessão do presidente da Câmara, Arthur Lira, poderia aceitar a saída de Tarcísio do Republicanos antes das eleições municipais, desde que recebesse o apoio dos bolsonaristas em uma eventual candidatura à presidência da Casa. Ele busca restabelecer a comunicação com o ex-presidente como forma de aumentar suas chances e teria entrado em contato com interlocutores de Bolsonaro recentemente, com uma resposta positiva em relação a um possível encontro.
Embora Tarcísio tenha expressado sua vontade de se filiar ao partido de Bolsonaro até o final do ano, ele tem evitado falar publicamente sobre essa possibilidade, afirmando que está focado em trabalhar em conjunto com os partidos presentes em sua atual coalizão. No entanto, a proximidade do Republicanos com o governo de Lula e a presença de um ministério na pasta de Portos e Aeroportos têm aumentado a pressão para uma possível mudança. Com a inelegibilidade de Bolsonaro, Tarcísio é considerado uma alternativa da direita para concorrer com o atual presidente.
Assim, a possível migração de Tarcísio de Freitas para o PL tem gerado especulações e movimentações nos bastidores políticos, com possíveis impactos tanto nas eleições municipais de São Paulo quanto na sucessão da presidência da Câmara. A incerteza sobre a decisão final do governador de São Paulo cria expectativas e tensões no cenário político nacional.