Tilak Doshi, do Centro de Estudos e Pesquisas King Abdullah, apresenta um prognóstico alarmante. Segundo ele, os preços do petróleo poderiam disparar para até US$ 130 por barril, podendo até alcançar a impressionante marca de US$ 300 em um cenário de bloqueio total. Esse tipo de situação não é inédito; já em 2008, os preços do petróleo atingiram brevemente o pico de US$ 147 por barril, impulsionados maioritariamente por especulação e pela dinâmica de oferta e demanda, mesmo sem conflitos geopolíticos acirrados.
Embora o fechamento do estreito seja um cenário extremo, análises sugerem que, mesmo ações que visem atacar as exportações de petróleo e as instalações de refino do Irã poderiam resultar em uma escalada significativa dos preços, possivelmente chegando a US$ 80 ou até US$ 90 por barril. Marc Ayoub, pesquisador em política energética, enfatiza que esses riscos são palpáveis, dada a instabilidade na região e a crescente soma de ameaças.
A situação é alarmante não apenas para os países diretamente envolvidos no conflito, mas também para a economia global, que já enfrenta pressão devido a crises sucessivas, como a pandemia e a guerra na Ucrânia. A alta nos preços do petróleo poderia ter consequências econômicas significativas, afetando desde os custos de transporte até os preços de produtos básicos, levando a um aumento generalizado da inflação.
Os especialistas ressaltam a importância de monitorar de perto os desenvolvimentos nesse cenário volátil, pois um movimento brusco por parte do Irã poderia reconfigurar não só o mercado de energia, mas também a geopolítica do Oriente Médio. É uma questão que demanda atenção não apenas dos governos, mas também do setor privado, que precisa se preparar para as possíveis repercussões econômicas.