De acordo com informações da imprensa, integrantes do partido têm mantido diálogos com Bolsonaro para que ele promova manifestações semelhantes em cidades como Rio de Janeiro e Belo Horizonte. A percepção dentro do PL é que o evento em São Paulo mostrou o poder político do ex-presidente, sendo uma maneira de manter a militância mobilizada, principalmente em um ano eleitoral.
Além disso, a manifestação reforçou a narrativa de Bolsonaro de que está sendo perseguido pelo Judiciário e que não estava tramando um golpe de Estado, indo contra as investigações da PF. Para aliados, essa estratégia pode ajudar a equilibrar as forças com o Supremo Tribunal Federal (STF), mostrando um apoio popular significativo ao ex-presidente e, consequentemente, dividindo a opinião pública.
Pessoas próximas a Bolsonaro concordam com a realização de novos atos, desde que sejam feitos de forma espaçada no tempo, para evitar uma banalização que poderia enfraquecer as manifestações.
O último ato liderado pelo ex-presidente na Avenida Paulista reuniu aproximadamente 185 mil apoiadores, segundo levantamento da Universidade de São Paulo (USP) e foi convocado por ele mesmo para se defender das suspeitas levantadas pela PF.
Ao discursar para a multidão bolsonarista, o ex-presidente adotou um tom mais moderado em suas críticas. Em vez de ataques diretos contra instituições como o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e o STF, como era comum durante seu mandato, Bolsonaro enfatizou sua busca pela pacificação do país e pediu anistia para os presos do ataque de 8 de janeiro de 2023.
Apesar das investigações em andamento, a alta cúpula do PL acredita que não afetarão o capital político de Bolsonaro nem sua capacidade de transferir votos nas eleições municipais. O partido continua apostando em candidaturas como a do Delegado Ramagem, no Rio de Janeiro, e no apoio ao prefeito Ricardo Nunes, em São Paulo, como estratégias-chave para o futuro eleitoral.