Porto de Pedras, no Litoral Norte de Alagoas, tornou-se mais um exemplo de cidade em que antigos aliados políticos rompem após as eleições. O ex-prefeito Henrique Vilela e o atual gestor, Allan de Jesus, vivem uma crise política que se intensifica a cada semana e já envolve familiares e cargos estratégicos da administração municipal.
Henrique foi figura central na eleição de Allan, seu sucessor. Logo após o pleito, passou a ocupar espaços importantes na nova gestão. No entanto, o relacionamento entre ambos azedou rapidamente, com o atual prefeito iniciando um processo de afastamento de pessoas ligadas ao ex-prefeito. Segundo uma fonte influente, o filho de Henrique, Marcelinho Vilela, já foi exonerado, e a esposa dele, que atuava na área da Educação, também deverá ser afastada.
“Estão em pé de guerra. Henrique passou oito anos no poder, ainda tem forte influência política e, ao que parece, tem usado essa influência para criar dificuldades para o atual prefeito. Talvez se sinta traído”, afirmou um interlocutor próximo ao núcleo político local.
O cenário é semelhante ao que se viu em cidades como Maragogi e Rio Largo, onde antigos aliados se transformaram em adversários após divergências no poder. Em Maragogi, por exemplo, o ex-prefeito Fernando Sérgio Lira passou para a oposição após o rompimento com a atual prefeita Dani Vasconcelos, movimento que também envolveu o afastamento de aliados e familiares de cargos públicos.
Em Porto de Pedras, o desentendimento entre Vilela e Allan parece ter atingido um ponto de não retorno, com ambos tentando consolidar seu espaço político e neutralizar o poder do outro. Para observadores locais, trata-se de um “filme repetido” na política alagoana: ex-prefeitos que, após ajudarem a eleger sucessores, se veem sem o controle esperado e passam a atuar como opositores ativos.
