Populismo autoritário avança globalmente: vitórias da direita em nova onda política desafiam democracias e alteram o mapamundi político em 2024.

A ascensão do populismo autoritário no cenário global é uma realidade crescente, com partidos de direita conquistando um espaço significativo em diversas regiões. Em 2024, de um total de 63 eleições ocorridas ao redor do mundo, 27 foram vencidas por candidatos de direita, destacando figuras proeminentes como Donald Trump nos Estados Unidos, Vladimir Putin na Rússia e Narendra Modi na Índia.

No Brasil, as eleições municipais de outubro de 2024 revelaram um avanço notável dos partidos de direita e centro-direita, que garantiram cerca de 60% das prefeituras. Este resultado reforçou a percepção de um país que está se tornando cada vez mais conservador. Já na Argentina, a demanda por uma retórica populista de direita se solidificou com a eleição de Javier Milei, um representante da extrema-direita, no final de 2023, que continua a ganhar popularidade.

O fenômeno se estende pelo Cone Sul, onde a direita tem se consolidado. No Paraguai, a vitória de Santiago Peña, do tradicional Partido Colorado, em abril de 2023, assegurou a continuidade de um governo conservador que já existe há décadas, com exceções breves. Outros países da América do Sul também estão sob a influência de lideranças de direita, como no Equador, onde Daniel Noboa assumiu a presidência em novembro de 2023, e no Peru, com Dina Boluarte no poder desde dezembro de 2022. A Bolívia, por sua vez, elegeu Rodrigo Paz, representando um governo de centro-direita.

Entretanto, a situação na Venezuela reflete um cenário de autoritarismo bem mais intenso sob Nicolás Maduro, que controla instituições e meios de comunicação, perpetuando a repressão a opositores e a limitação de liberdades individuais. As eleições de julho de 2024, que supostamente teriam consagrado uma nova vitória de Maduro, foram questionadas por denúncias de fraude.

Na Europa, o populismo de direita também apresenta um crescimento acentuado. Em junho de 2024, as eleições revelaram um aumento significativo na representação de partidos extremistas em várias nações. O partido de ultradireita austríaco, o FPÖ, conquistou um expressivo 29% dos votos nas eleições parlamentares de setembro. Na Alemanha, a Alternativa para a Alemanha (AfD) registrou resultados históricos, eclipsando até mesmo os resultados obtidos desde a Segunda Guerra Mundial em algumas áreas. O Reunião Nacional de Marine Le Pen na França e o Partido pela Liberdade na Holanda também demonstraram avanços significativos nas eleições recentes.

Esses movimentos sinalizam uma mudança na dinâmica política global, onde a insatisfação com o status quo proporciona um terreno fértil para o crescimento do populismo autoritário. O fenômeno é ainda mais exacerbado pela crise de confiança nas instituições democráticas, refletindo um anseio generalizado por respostas a demandas não atendidas. A interação entre política e volatilidade social continuará a moldar o futuro das democracias em todo o mundo, averiguando se os princípios democráticos conseguirão se reafirmar ou se o autoritarismo ganhará mais força. Essa questão se torna cada vez mais relevante à medida que exploramos o cenário político atual e suas implicações.

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