POLÍTICA – União Brasil dá 24 horas para filiados se desligarem de cargos no governo e reforça afastamento da base de apoio de Lula.

União Brasil Define Prazo para Exoneração de Filiados em Cargos Públicos

Em um movimento significativo, o União Brasil estabeleceu um prazo de 24 horas para que seus filiados que ocupam cargos ou funções comissionadas no governo federal solicitem suas exonerações. A decisão foi oficializada por meio de uma resolução aprovada pela executiva nacional do partido, divulgada na tarde desta quinta-feira, 18 de outubro. Esse movimento se alinha a um distanciamento progressivo do partido em relação à base de apoio do governo de Luiz Inácio Lula da Silva, algo que já havia sido sinalizado no início do mês em conjunto com o Progressistas, um aliado na federação.

A exigência inicial abrangia apenas os “detentores de mandato” em cargos, o que levava à especulação sobre a permanência de ministro, como o do Turismo, Celso Sabino (União-PA), e do Esporte, André Fufuca (PP-MA). Apesar das pressões, ambos continuam até o momento em suas funções no governo.

A nota oficial do União Brasil enfatiza a necessidade de desligamento imediato dos filiados de cargos públicos de livre nomeação na Administração Pública Federal, alertando sobre a possibilidade de “ato de infidelidade partidária” para aqueles que não se exonerarem a tempo. Essa determinação revela uma postura mais firme do partido em relação à sua identidade política e à sua oposição ao governo atual.

Além disso, o União Brasil expressou solidariedade ao seu presidente, Antonio Rueda, que se vê envolto em controvérsias a respeito de uma investigação sobre relações com uma empresa de táxi aéreo supostamente ligada a atividades ilícitas. O partido defende que as acusações são infundadas e surgem em um momento em que o União Brasil se distancia do governo, sugerindo um “uso político” das informações para desgastar a imagem de Rueda.

A crítica à situação foi articulada na mesma nota, que questiona a coincidência das publicações com o momento de afastamento dos filiados dos cargos no governo. O documento recebeu o apoio de líderes influentes, incluindo o vice-presidente ACM Neto e líderes na Câmara e no Senado, além de quatro governadores que fazem oposição ao governo federal.

Esse cenário evidencia não apenas o tensionamento nas relações entre o União Brasil e a administração federal, mas também a mobilização interna do partido para reafirmar sua postura independente diante de um contexto político conturbado.

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