A controversa situação de Castro se agrava após a Operação Contenção, que realizou intensa ação no Complexo da Penha e resultou em um elevado número de mortes. O MPE acusa o governador de utilizar contratações temporárias de funcionários em órgãos do governo para beneficiar sua campanha de reeleição em 2022, supostamente utilizando dinheiro público para esse fim.
De acordo com as alegações levantadas pelo MPE, essas contratações foram realizadas sem critérios claros, permitindo indícios de que tinham ligações políticas, além de serem pagas em dinheiro vivo. A contagem das contratações irregulares é impressionante: estimativas indicam que cerca de 27 mil contratações ocorreram na Fundação Centro Estadual de Estatísticas, Pesquisas e Formação de Servidores Públicos do Rio de Janeiro (Ceperj), enquanto a Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) registrou 18 mil contratações similares durante o período eleitoral.
Antes deste novo julgamento, em maio de 2022, Castro havia sido absolvido pelo Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro (TRE-RJ), cujo resultado foi uma votação acirrada de 4 a 3. Na ocasião, a maioria dos desembargadores entendeu que, embora as irregularidades fossem reconhecidas, não havia evidências suficientes que confirmassem o envolvimento direto do governador em tais práticas.
Por outro lado, o desembargador Peterson Barroso Simão, que votou pela cassação, argumentou que as contratações direcionadas comprometem o resultado das eleições. Ele destacou, ainda, a gravidade do caso, apontando para contratações irregulares de pessoas de fora do estado, além de indícios de pagamentos a presidiários e servidores fantasmas.
Cláudio Castro, que foi eleito no primeiro turno com 60% dos votos válidos — um expressivo diferencial de 2,6 milhões em relação ao segundo colocado, Marcelo Freixo, do PSOL — agora enfrenta a possibilidade de perder a governança em meio a essas controvérsias. O desdobramento deste julgamento no TSE poderá ter repercussões significativas na política carioca e nacional.









