Essa movimentação ocorre em meio a um contexto delicado, especialmente após os eventos trágicos que cercam uma recente operação policial no Rio de Janeiro, que resultou na morte de 121 pessoas. Pouco tempo após esses acontecimentos, Derrite havia informado sua intenção de se licenciar do governo paulista para se dedicar à relatoria do referido projeto, que propõe alterações significativas na Lei Antiterrorismo vigente. A proposta, identificada como Projeto de Lei 1.283/2025, é de autoria do deputado federal Danilo Forte, do União Brasil, e atualmente tramita na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara.
Entretanto, a discussão em torno da matéria é acirrada. O governo federal manifestou sua oposição ao projeto. Em declaração feita na quarta-feira (6), Gleisi Hoffmann, ministra das Relações Institucionais, foi enfática ao afirmar que isso não apenas vai de encontro aos princípios que regem a compreensão do terrorismo, mas também representa um risco de interferência externa em assuntos internos do Brasil. Segundo Hoffmann, a definição de terrorismo envolve objetivos políticos e ideológicos, o que poderia legitimar a intervenção de outros países em território brasileiro, algo que o governo atual não aceita.
A classificação de facções criminosas e milícias como organizações terroristas pretende, de acordo com os defensores do projeto, criar um arcabouço legal mais robusto para o combate a essas práticas criminosas, que têm se proliferado de maneira alarmante em diversas regiões do país. Contudo, a controvérsia gerada em torno da proposta revela um profundo abismo entre diferentes concepções políticas, evidenciando o desafio de unir esforços em um sistema de segurança pública que ainda busca soluções efetivas para a crescente violência no Brasil.
