O Plano Escudo conta com a participação de diversos órgãos de segurança, tanto civis quanto militares, do Distrito Federal e da União. Segundo Gonçalves Dias, tendo em vista que o plano estava ativo, ele poderia ser colocado em prática caso houvesse algum tipo de ameaça ao prédio.
No entanto, quando o general retornou ao Palácio do Planalto no dia 8 de janeiro para verificar a situação, ele percebeu que os bloqueios do Plano Escudo não estavam montados. Ele encontrou o general Carlos Penteado, então secretário-executivo do GSI, e questionou por que o bloqueio não havia sido montado pela Polícia Militar do Distrito Federal, conforme previsto. Segundo Gonçalves Dias, Penteado não respondeu à pergunta e saiu para montar o bloqueio.
Durante a CPI, a senadora Eliziane Gama apresentou fotos da Praça dos Três Poderes momentos antes da invasão, evidenciando que não havia nenhum bloqueio em frente ao Palácio do Planalto, como previsto no Plano Escudo. As imagens das câmeras de segurança mostraram que não havia presença de policiais militares em frente ao Palácio às 13h, 14h e 15h do dia da invasão. As primeiras grades foram derrubadas no Congresso Nacional logo após às 15h.
Diante disso, Eliziane questionou Gonçalves Dias se o efetivo do Batalhão da Guarda Presidencial presente no Palácio do Planalto seria capaz de conter a invasão sem os bloqueios que deveriam ter sido feitos pela Polícia Militar. O ex-ministro respondeu que mesmo com o efetivo máximo de um batalhão, previsto no Plano Escudo, e com 5 mil manifestantes, apenas o uso de munição real seria capaz de conter a invasão.
Gonçalves Dias também relatou que só após chegar ao Palácio do Planalto é que solicitou reforços ao general Dutra, à época Comandante Militar do Planalto. As primeiras companhias de reforço chegaram às 16h40 e 17h15, respectivamente.
Essas revelações levantam questionamentos sobre a falta de cumprimento do Plano Escudo e as medidas de segurança adotadas durante a invasão ao Palácio do Planalto. A CPI busca investigar as circunstâncias dos atos golpistas ocorridos no dia 6 de janeiro e identificar possíveis responsabilidades. Ainda há muito a ser esclarecido sobre o que de fato ocorreu e por que o Plano Escudo não foi colocado em execução.