Durante uma entrevista coletiva, o deputado questionou a possibilidade de acreditar que Bolsonaro estava financiando a invasão do Palácio do Planalto e do Congresso Nacional através de transações bancárias. Ele ressaltou que, a menos que seja apresentada alguma evidência que vincule o ex-presidente a essas ações, não há motivo para quebrar o sigilo. Maia ainda sugeriu que se quiserem discutir presentes de ex-presidente, venda de relógios de luxo e negócio de joias, uma outra CPI poderia ser formada.
Essa declaração foi feita após uma reunião entre Arthur Maia e o comandante-geral do Exército, general Tomás Paiva, no QG do Exército em Brasília. O encontro foi agendado a pedido do próprio Maia, após uma tensa reunião na CPMI em que governo e oposição se confrontaram devido a divergências sobre quais requerimentos deveriam ser votados, resultando na suspensão da sessão.
Um dos requerimentos que está em pauta é o pedido de convocação e quebra de sigilo da deputada Carla Zambeli, devido à sua ligação com o hacker Walter Delgatti. O deputado ressaltou a importância da votação desse requerimento para que a conexão entre Zambeli e Delgatti seja esclarecida. Ele também afirmou que a convocação poderá ser discutida em um segundo momento, após a análise dos documentos do sigilo.
Em relação ao encontro com o comandante-geral do Exército, Maia garantiu que não recebeu nenhum pedido especial para tratar determinadas pessoas de forma diferenciada ou deixar de convocá-las. Segundo ele, o comandante reiterou que a CPMI deve cumprir seu papel em investigar os acontecimentos e mostrar o comprometimento das Forças Armadas com as instituições democráticas e a Constituição.
Na próxima quinta-feira, está marcada uma reunião para votação dos requerimentos. Arthur Maia afirmou que a reunião será rápida e ocorrerá de acordo com a ordem estabelecida. Os parlamentares também irão ouvir o Sargento dos Reis, ex-integrante da equipe de ajudantes de ordens de Bolsonaro, que segundo relatório do Coaf, apresentou movimentações financeiras atípicas. O depoimento está marcado para as nove horas da manhã.