POLÍTICA – Rejeição à invasão aos prédios dos Três Poderes em Brasília atinge 89% dos brasileiros, segundo pesquisa da Quaest.

Os resultados de uma pesquisa recente revelaram que 89% dos brasileiros desaprovam as invasões aos prédios dos Três Poderes que ocorreram em 8 de janeiro do ano passado na capital federal. Os atos, que resultaram em depredação do patrimônio público e prejuízos ao Erário, foram aprovados por apenas 6% dos entrevistados, enquanto 4% não souberam ou não quiseram responder.

Os dados foram divulgados neste domingo e fazem parte de uma pesquisa de opinião realizada pela empresa Quaest, que entrevistou 2.012 brasileiros com 16 anos ou mais em 120 municípios. Segundo a pesquisa, a atitude de terrorismo em Brasília é rejeitada majoritariamente em todas as grandes regiões do país, por pessoas de diferentes níveis de escolaridade e renda familiar, tanto por eleitores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva quanto do ex-presidente Jair Bolsonaro.

A pesquisa revela que a rejeição aos atos é de 94% entre os que declararam voto em Lula no segundo turno das eleições em 2022 e de 85% entre os que votaram em Bolsonaro. Profundamente educativo é observar que a reprovação é consistente também entre entrevistados de diferentes níveis de renda e escolaridade.

De acordo com o levantamento, as opiniões se dividem na pergunta “Bolsonaro teve algum tipo de influência no 8 de janeiro?”, com 47% dos entrevistados avaliando que sim e 43% acreditando que não. Os dados são semelhantes aos encontrados na versão da pesquisa da Quaest realizada em fevereiro do ano passado.

Na opinião do diretor da empresa, Felipe Nunes, a rejeição aos atos mostra a resistência da democracia brasileira e, mesmo em tempos de polarização política, é razão para celebração o fato de o país não ter caído na armadilha da politização da violência institucional. Ele ressalta que é imperativo que o debate não seja contaminado por cores partidárias, pois se trata de um problema do Estado brasileiro.

Nunes, que é cientista político e professor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), lançou recentemente um livro que aborda justamente a polarização política no Brasil e seus impactos na sociedade. Ele ressalta que as posições políticas passaram a ser parte da identidade de cada brasileiro, levando a uma polarização extrema que compromete o futuro do país.

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