Lindbergh enfatizou a importância da manutenção da autoridade das instituições democráticas. Para ele, um parlamentar com graves condenações por agir contra a democracia não deve simplesmente ignorar as consequências de seus atos e buscar refúgio em outro país, citando explicitamente a cidade de Miami como um destino possível. O líder do PT fez críticas contundentes, afirmando que a lei deve ser aplicada a todos sem exceção, numa tentativa de relembrar que Ramagem não é um caso isolado, listando outros políticos, como Carla Zambelli e Eduardo Bolsonaro, que também têm estado no centro de controvérsias.
A situação gerou mais repercussão na Câmara, onde representantes do PSOL do Rio de Janeiro, incluindo os deputados Pastor Henrique Vieira e Glauber Braga, entraram com um pedido no STF para a decretação da prisão de Ramagem. Eles argumentaram que as evidências apontam para uma clara tentativa de fuga do parlamentar para os Estados Unidos.
Vale destacar que a Câmara dos Deputados, por sua vez, informou não ter recebido notificação a respeito da saída do parlamentar e, portanto, não autorizou nenhuma viagem oficial ao exterior. Alexandre Ramagem, ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) no governo de Jair Bolsonaro, já foi condenado a 16 anos de prisão por sua participação em uma ação penal vinculada a uma tentativa de golpe, mas atualmente recorre dessa decisão em liberdade. Durante as investigações, o ministro Alexandre de Moraes havia imposto restrições rigorosas, incluindo a entrega de todos os passaportes, o que torna sua saída do país um ato de desobediência judicial. A situação acirra o debate sobre a aplicabilidade das leis e a integridade das instituições brasileiras.
