POLÍTICA – Procuradoria-Geral pede condenação de seis réus por tentativa de golpe e violação da democracia nas eleições de 2022, com provas documentadas e planos de ataque.

Na noite desta segunda-feira, a Procuradoria-Geral da República (PGR) protocolou suas alegações finais no Supremo Tribunal Federal (STF) a respeito da Ação Penal nº 2.693, que examina as ações do que foi denominado Núcleo 2 da suposta tentativa de golpe que visava alterar os resultados das últimas eleições presidenciais. Esse grupo tinha como objetivo manter Jair Bolsonaro no poder, mesmo diante de sua derrota nas urnas.

O procurador-geral Paulo Gonet defendeu a condenação de seis indivíduos envolvidos na trama. Entre eles, destaca-se Mário Fernandes, general da reserva e ex-secretário-executivo da Secretaria-Geral da Presidência. Também são citados Silvinei Vasques, ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal, e Filipe Garcia Martins, que foi assessor especial de Assuntos Internacionais. Além deles, Gonet solicitou que o STF condenasse Marcelo Costa Câmara, coronel da reserva e ex-assessor de Bolsonaro; Fernando de Sousa Oliveira, delegado da Polícia Federal e ex-secretário-executivo da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal; e Marília Ferreira de Alencar, ex-diretora de Inteligência do Ministério da Justiça.

Nas alegações, o procurador argumentou que existem provas robustas o suficiente para justificar a condenação dos réus pelos crimes de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado, e outros delitos relacionados à violência contra patrimônio público.

Gonet destacou que as evidências foram obtidas por meio de conversas em aplicativos de mensagens e registros eletrônicos, que demonstram não apenas o monitoramento de autoridades, mas também o planejamento de ações para dificultar a votação de eleitores, especialmente na Região Nordeste, durante o primeiro turno das eleições de 2022. O procurador também mencionou um plano elaborado pelos réus para assassinar o então presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva e outras figuras proeminentes, o que intensifica a gravidade das acusações.

Ele argumentou que as ações dos réus culminaram nos eventos de 8 de janeiro de 2023, quando manifestantes invadiram e depredaram os prédios dos Três Poderes. Gonet pediu ainda que o STF impusesse uma multa como forma de reparação pelos danos causados. As alegações finais da PGR lançam luz sobre um capítulo sombrio da política brasileira recente, revelando profundas divisões e tensões que envolvem a democracia no país.

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