O procurador-geral Paulo Gonet defendeu a condenação de seis indivíduos envolvidos na trama. Entre eles, destaca-se Mário Fernandes, general da reserva e ex-secretário-executivo da Secretaria-Geral da Presidência. Também são citados Silvinei Vasques, ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal, e Filipe Garcia Martins, que foi assessor especial de Assuntos Internacionais. Além deles, Gonet solicitou que o STF condenasse Marcelo Costa Câmara, coronel da reserva e ex-assessor de Bolsonaro; Fernando de Sousa Oliveira, delegado da Polícia Federal e ex-secretário-executivo da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal; e Marília Ferreira de Alencar, ex-diretora de Inteligência do Ministério da Justiça.
Nas alegações, o procurador argumentou que existem provas robustas o suficiente para justificar a condenação dos réus pelos crimes de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado, e outros delitos relacionados à violência contra patrimônio público.
Gonet destacou que as evidências foram obtidas por meio de conversas em aplicativos de mensagens e registros eletrônicos, que demonstram não apenas o monitoramento de autoridades, mas também o planejamento de ações para dificultar a votação de eleitores, especialmente na Região Nordeste, durante o primeiro turno das eleições de 2022. O procurador também mencionou um plano elaborado pelos réus para assassinar o então presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva e outras figuras proeminentes, o que intensifica a gravidade das acusações.
Ele argumentou que as ações dos réus culminaram nos eventos de 8 de janeiro de 2023, quando manifestantes invadiram e depredaram os prédios dos Três Poderes. Gonet pediu ainda que o STF impusesse uma multa como forma de reparação pelos danos causados. As alegações finais da PGR lançam luz sobre um capítulo sombrio da política brasileira recente, revelando profundas divisões e tensões que envolvem a democracia no país.