POLÍTICA – Presidente Lula afirma que Justiça decidirá sobre prisão de Putin, caso ele participe da Cúpula do G20 no Brasil em novembro de 2024

O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, declarou que caberá à Justiça brasileira decidir sobre a prisão do presidente da Rússia, Vladimir Putin, caso ele participe da próxima Cúpula do G20, agendada para novembro de 2024. No entanto, Putin não compareceu ao encontro realizado em Nova Déli, na Índia, este ano.

Em março, o Tribunal Penal Internacional emitiu mandados de prisão contra Putin por crimes de guerra cometidos na Ucrânia. Como o Brasil é signatário do acordo que estabeleceu o tribunal, é de sua responsabilidade cumprir o mandado caso Putin visite o país.

Em uma entrevista coletiva concedida à imprensa na noite de domingo (10) – manhã de segunda-feira (11) na Índia – Lula discutiu sua participação na cúpula. O Brasil foi escolhido para sediar o próximo encontro de líderes do G20, que acontecerá nos dias 18 e 19 de novembro de 2024, no Rio de Janeiro, após receber a presidência do grupo da Índia.

No sábado (9), Lula afirmou em entrevista a um canal indiano que “Putin pode ir tranquilamente para o Brasil”. Ele declarou que, se ele for presidente do Brasil na época, não há motivo para que Putin seja preso. No entanto, Lula ressaltou que a decisão de prender ou não o presidente russo caberá à Justiça brasileira.

Além disso, o presidente brasileiro mencionou que pretende estudar a razão pela qual o Brasil é um signatário do Tribunal Penal Internacional, enquanto países como Estados Unidos, China, Índia e Rússia não aderiram ao acordo. Ele questionou por que o Brasil deveria aceitar algo que esses países não aceitam.

Lula destacou que a decisão final será tomada pela Justiça brasileira, e acredita no bom funcionamento do Poder Judiciário do país. Ele espera que a guerra na Ucrânia tenha terminado até a data da cúpula e que o tribunal já tenha tomado uma posição a respeito do caso.

No contexto da cúpula, a Declaração de Líderes do G20, documento principal do encontro, abordou a questão dos conflitos globais, incluindo a guerra na Ucrânia. Os líderes concordaram em não ameaçar o uso da força ou buscar a aquisição territorial contra a integridade ou independência de qualquer Estado. Eles também declararam que o uso ou ameaça de uso de armas nucleares é inadmissível.

Lula considerou a assinatura desse documento pela União Europeia como um símbolo importante. Nas declarações anteriores, ele já criticou países ocidentais por incentivarem a guerra através do fornecimento de armas à Ucrânia e questionou o papel das organizações internacionais em conflitos, como o Conselho de Segurança das Nações Unidas.

O G20 é composto pelas 19 maiores economias do mundo e pela União Europeia. Durante a cúpula, a União Africana também se tornou membro permanente do grupo.

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