POLÍTICA – Presidente do Senado critica governo por judicialização da Lei 14.784 e gera crise de confiança entre os Poderes.

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), fez duras críticas à ação do governo federal de judicializar trechos da Lei 14.784, de 2023, que prorroga a desoneração da folha de pagamento de empresas e prefeituras até 2027. Em uma entrevista coletiva, Pacheco classificou o movimento como um “erro primário” do governo, que, segundo ele, causa uma crise de confiança nas relações entre os Poderes Executivo e Legislativo.

Segundo Pacheco, o ajuizamento da ação no Supremo Tribunal Federal (STF) foi precipitado, considerando que o tema estava sendo discutido no âmbito político entre os dois poderes. O presidente do Senado destacou que, embora seja legítimo recorrer à Justiça, é importante aguardar o desenrolar das discussões políticas antes de tomar medidas judiciais.

Na semana passada, o ministro do STF Cristiano Zanin concedeu uma liminar suspendendo a desoneração da folha com base em uma ação da Advocacia-Geral da União. Esta decisão foi submetida ao plenário, onde cinco dos 11 ministros votaram pela confirmação da suspensão, mas Luiz Fux pediu vista do processo, interrompendo a análise por até 90 dias.

Além disso, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, alertou para o risco de uma nova reforma da Previdência caso a desoneração da folha de pagamento seja mantida para alguns setores da economia e para pequenos municípios.

Pacheco também condicionou a votação da PEC do Quinquênio, que prevê um adicional sobre o salário de carreiras jurídicas, à aprovação de um projeto que visa acabar com os supersalários no serviço público. Segundo ele, a combinação dessas medidas traria economia para as contas públicas, sendo superior ao incremento de gastos com o adicional salarial.

Esses episódios demonstram a tensão entre os poderes e a complexidade das discussões em torno de temas sensíveis como a desoneração da folha de pagamento e os gastos públicos, evidenciando a necessidade de diálogo e equilíbrio na tomada de decisões que impactam diretamente a economia e a sociedade.

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