Rodrigues declarou: “Estamos comprometidos em investigar com serenidade, seriedade e responsabilidade. Não olhamos para a estatura política, econômica ou cultural de quem quer que seja.” Ele elaborou que as investigações incluem a análise de possíveis intermediários, parlamentares e outros envolvidos, assegurando que “todos os elos” do processo serão considerados. Apesar de Mariângela Fialek, conhecida como “Tuca”, servidora do Legislativo e assessora do deputado Arthur Lira, ser um dos principais alvos da operação, o próprio Lira não é, até o momento, investigado.
A operação se desenrola no contexto de um aumento do uso de emendas do tipo relator, além de emendas de comissão e bancada, práticas que levantam sérias questões sobre a constitucionalidade e o controle dos gastos públicos. De acordo com uma decisão do ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal, a servidora investigada operava com uma “atuação contínua, sistemática e estruturada” na liberação desse orçamento.
Rodrigues reafirmou que a PF está comprometida com a integridade das investigações e não se deixará abalar por pressões políticas. Ele criticou a “fulanização” das apurações, que tendem a focar em indivíduos específicos, desviando a atenção do problema mais amplo do manejo das emendas parlamentares. Durante a conversa, o diretor também fez um apelo aos legisladores, ressaltando que a luta contra o crime organizado deve ser uma responsabilidade coletiva. Ele argumentou que é contraditório ser rígido nas falas sobre o crime e não aprovar legislação que ajude efetivamente no combate ao problema.
Rodrigues, porém, rejeitou a ideia de que a operação represente uma “caça às bruxas” e frisou a importância de não criminalizar a atividade política em si. Em suas palavras, as emendas parlamentares são instrumentos legítimos que devem ser usados de forma adequada e respeitando as normas vigentes. Apesar do sigilo que envolve as investigações e de não revelar a quantidade de apurações abertas na PF sobre o tema, é evidente que a instituição está se posicionando firmemente diante de questões que afetam a transparência e a ética no uso de recursos públicos.
