POLÍTICA –

Paulo Gonet defende atuação da PGR em sabatina no Senado e rebate críticas sobre processo contra Bolsonaro

Na última quarta-feira, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, compareceu ao Senado para uma sabatina que visa discutir sua recondução ao cargo por mais dois anos. Durante a audiência, ele defendeu sua atuação em casos relacionados à trama golpista que resultou na condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro e de seus aliados por tentativa de golpe de Estado, entre outros crimes.

Gonet enfatizou que sua atuação não busca criminalizar a política como um todo, ressaltando que as decisões da Procuradoria-Geral da República (PGR) são guiadas pela imparcialidade e não por interesses partidários. Ele respondeu às críticas de senadores alinhados a Bolsonaro, que alegaram que o processo configurava perseguição política. “A tinta que imprime as peças produzidas pela PGR não tem as cores das bandeiras partidárias”, declarou, buscando deixar claro que os procedimentos adotados pela instituição são éticos e fundamentados em evidências.

Durante o processo investigativo, a utilização de acordos de não persecução penal foi uma prática recorrente, permitindo que muitos acusados que reconhecessem suas falhas fossem considerados réus primários. Gonet apresentou números que refletem o andamento dos processos, com 568 investigados beneficiados por esses acordos, enquanto 715 condenações foram registradas, além de 12 absolvições, a maioria delas a pedido do Ministério Público Federal.

Gonet também reiterou que sua comunicação sobre os casos se restringiu aos autos, respeitando sempre o sigilo judicial. “Nunca houve vazamentos ilegais”, assegurou. Além da trama golpista, ele abordou sua atuação em outras questões relevantes, como o escândalo dos desvios no INSS e a tragédia da barragem de Mariana.

A oposição dos senadores aliados de Bolsonaro se intensificou durante a sabatina. O senador Flávio Bolsonaro, por exemplo, criticou duramente Gonet, acusando-o de “destruir” a credibilidade do Ministério Público e de agir sob ordens do relator do caso no Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes. Além disso, levantou preocupações sobre a investigação do deputado Eduardo Bolsonaro, que está sendo acusado de obstrução de Justiça.

Em sua defesa, Gonet reiterou que suas decisões sempre foram embasadas por critérios racionais e abrangentes, desassociadas de questões partidárias. A sabatina culminou em um apoio explícito de Gonet pela Associação Nacional dos Procuradores da República, que endossou sua permanência no cargo, ressaltando a confiança da classe na continuidade de sua gestão à frente do Ministério Público Federal.

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