POLÍTICA – Operação da Polícia Federal leva à exoneração de assessor ligado a esquema de corrupção em São Bernardo do Campo; prefeito é afastado e investigações prosseguem.

O assessor parlamentar Roque Araújo Neto passou por uma exoneração inesperada na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) na última sexta-feira, 15 de setembro. A decisão foi desencadeada pela operação da Polícia Federal (PF), que investiga um suposto esquema de corrupção ligado à prefeitura de São Bernardo do Campo.

Neto atuava no gabinete da deputada Carla Morando, do PSDB, recebendo um salário de R$ 8,2 mil. Curiosamente, Carla é esposa de Orlando Morando, ex-prefeito de São Bernardo do Campo e atualmente secretário de Segurança Urbana da cidade de São Paulo. O envolvimento de Neto nas investigações veio à tona após a polícia identificar sua ligação com Paulo Iran Paulino Costa, operador do esquema que também ocupou uma função de assessor no gabinete de outro deputado estadual, Rodrigo Moraes.

No relatório da PF, Neto é mencionado como um dos beneficiários de uma quantia expressiva de R$ 390 mil, que foi supostamente distribuída pelo operador entre os envolvidos no esquema. Em resposta às revelações, a deputada Carla Morando se disse surpreendida e declarou que determinou a exoneração de Neto imediatamente ao tomar conhecimento da situação. Ela enfatizou que o assessor exercia funções de apoio comunitário, sem envolvimento direto na administração do gabinete, e expressou confiança na investigação judicial, pedindo rigor nas punições caso as evidências confirmem a culpabilidade de algum integrante do esquema.

A investigação policial revelou complexos indícios de corrupção e lavagem de dinheiro, levando ao afastamento do prefeito Marcelo Lima, do Podemos, que agora enfrenta sérias consequências legais, incluindo a imposição de tornozeleira eletrônica e restrições de horários e contatos. Ele foi afastado por um ano, como parte das medidas judiciais, que ainda envolveram a prisão de dois empresários e um servidor municipal.

O escândalo ganhou novos contornos quando a PF encontrou cerca de R$ 14 milhões guardados em dinheiro, incluindo uma parte em dólares, que se acredita estar vinculada ao operador financeiro do prefeito. A operação destaca a possibilidade de corrupção e pagamentos indevidos em contratos referentes a obras, saúde e manutenção na região.

Com o afastamento de Marcelo Lima, a vice-prefeita Jéssica Cormick assume o cargo. Com uma trajetória de 18 anos como sargento da Polícia Militar de São Paulo, Cormick deixou a corporação no ano passado ao ser convidada a integrar a chapa do prefeito afastado. Este episódio traz à tona a necessidade urgente de uma análise sobre a transparência e a ética na administração pública local.

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