A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Atos Golpistas decidiu que não irá quebrar os sigilos do ex-presidente Jair Bolsonaro e da ex-primeira dama, Michelle Bolsonaro, nem investigar o caso das joias. O presidente da comissão, deputado Arthur Maia (União-Bahia), argumentou que não existe conexão entre os ataques e a venda das joias. Segundo Maia, seria necessário apresentar alguma evidência de ligação entre os dois casos para justificar a quebra de sigilo do ex-presidente.
Durante uma reunião nesta quarta-feira (23), Maia se encontrou com o comandante-geral do Exército, general Tomás Paiva, no QG do Exército em Brasília. O encontro aconteceu após uma sessão tensa na CPMI, que resultou na suspensão da reunião. O governo e a oposição discordaram sobre quais requerimentos deveriam ser votados, levando a um debate acalorado.
Um dos requerimentos que ainda precisa ser votado é o que pede a convocação e a quebra de sigilo da deputada Carla Zambeli. Maia ressaltou a importância de votar esse requerimento devido à ligação dela com o hacker Walter Delgatti. No entanto, o relator destacou que a convocação poderá ser discutida mais adiante, após a chegada dos documentos sigilosos.
Após o encontro com o comandante-geral do Exército, Maia afirmou que não recebeu nenhum pedido para dar tratamento especial a determinadas pessoas ou deixar de convocar indivíduos. De acordo com ele, a ênfase do comandante foi que a CPMI cumpra seu papel e esclareça qual foi o comprometimento das Forças Armadas com as instituições democráticas e a Constituição.
Para a próxima reunião da CPMI, que está marcada para esta quinta-feira (24), está prevista a votação de requerimentos. Maia espera que a reunião seja rápida e ocorra de forma ordenada. Além disso, os parlamentares também irão ouvir o Sargento dos Reis, que fazia parte da equipe de ajudantes de ordens de Bolsonaro e foi identificado pelo Coaf por ter uma movimentação financeira atípica para sua renda. O depoimento dele está marcado para as nove horas da manhã.
Dessa forma, a CPMI dos Atos Golpistas segue seu trabalho investigativo, buscando esclarecer os fatos relacionados aos atos de 8 de janeiro e traçar as possíveis conexões com a venda de joias e outras questões envolvendo personalidades políticas. A decisão de não quebrar os sigilos do ex-presidente Bolsonaro e da ex-primeira dama foi tomada com base na falta de evidências que justifiquem essa medida. Ainda assim, a comissão segue comprometida em garantir a transparência e a responsabilização dos envolvidos, respeitando os procedimentos legais estabelecidos.