POLÍTICA – Na CPI do MST, Fávaro reconhece demandas legítimas do movimento, porém condena qualquer forma de invasão.



O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Carlos Fávaro, participou de uma audiência da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga a atuação do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) e defendeu as reivindicações do movimento por reforma agrária, porém, deixou claro que é contra a ocupação de propriedades privadas e de prédios públicos.

Durante a audiência, que ocorreu na quinta-feira (17), Fávaro afirmou que o direito à propriedade e o direito de ter o sonho da terra são legítimos, mas destacou que a invasão de terras privadas e prédios públicos não é algo que ele concorda. Ele ressaltou que é possível manifestar, reivindicar e protestar, inclusive reivindicar terras devolutas em órgãos públicos, mas é preciso respeitar a propriedade privada e não cometer invasões.

Quando questionado pelo relator da CPI, Ricardo Salles, sobre as ocupações realizadas pelo MST, o ministro destacou que o movimento tem o direito de reivindicar para chamar a atenção da sociedade e do governo para a questão fundiária. Ele ressaltou que não cabe a ele dizer o que o movimento deve ou não fazer e que o movimento deve ser responsável pelas consequências de suas ações.

Carlos Fávaro também mencionou que o tema da reforma agrária está sendo debatido pelo governo e que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva já afirmou que pretende retomar a reforma agrária. Segundo o ministro, o presidente acredita que não é necessário recorrer a invasões de terras, mas sim criar um banco de terras públicas disponíveis para reforma agrária e realizar o processo por meio do diálogo e das instruções legais.

A audiência teve início com o ministro expressando sua honra em colaborar com a comissão, porém, ele reclamou da data escolhida para prestar os esclarecimentos, alegando que isso atrapalhou reuniões importantes em sua agenda. Entre os compromissos afetados estava um encontro com uma comitiva do Japão, que está desenvolvendo um projeto de apoio a pastagens degradadas em áreas plantáveis no Brasil, e uma reunião com a Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul, onde empresários do agronegócio enfrentam problemas de estiagem devido à crise climática.

Por fim, Fávaro foi questionado pelo deputado Evair Vieira de Melo sobre uma declaração na qual afirmou ter amigos no MST. O ministro reforçou que tem um bom relacionamento com o movimento e que conhece muitas pessoas que lutam pela terra e sonham em ter um pedaço de terra. Ele ressaltou que a luta pela terra é legítima quando realizada por meios legais e que tem muito respeito por seus amigos no MST.

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