O evento ocorre em um contexto delicado, marcado por tarifas impostas pelo governo dos Estados Unidos sobre produtos brasileiros, decisão que surgiu como resposta à situação política no Brasil, especialmente em relação ao ex-presidente Jair Bolsonaro, que enfrenta processos judiciais no Supremo Tribunal Federal (STF). O manifesto assinado por mais de 100 organizações participantes expressa um claro repúdio a qualquer forma de intervenção, intimidando ou ameaçando a soberania do país.
Um dos trechos da carta destaca: “Intromissões estranhas à ordem jurídica nacional são inadmissíveis. Neste grave momento, em que a soberania nacional é atacada de maneira vil e indecorosa, a sociedade civil se mobiliza na defesa da cidadania, da integridade das instituições e dos interesses sociais e econômicos de todos os brasileiros.” O documento enfatiza ainda que a legislação brasileira garante a todos os acusados o direito à ampla defesa, assegurando que os processos sejam analisados com base em provas e decisões que devem ser motivadas e públicas.
O ato não apenas criticou as tarifas de Donald Trump, mas também chamou atenção para a falta de canais de negociação abertos pelo governo americano. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em uma cerimônia em Osasco, se disse disposto a dialogar sobre a taxação que se aproximava, usando a história de Tiradentes para ilustrar suas preocupações acerca das relações entre a família Bolsonaro e o governo norte-americano.
Durante o evento na USP, Aloizio Mercadante, presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), afirmou que a instituição está pronta para apoiar as empresas que possam sofrer impactos devido à taxação. Este ato, portanto, se inscreve em uma série de mobilizações que buscam afirmar o compromisso do Brasil com a sua soberania econômica e política, em um momento em que o país enfrenta desafios internacionais complexos.