POLÍTICA – Moraes Autoriza Visitas de Famílias a Bolsonaro em Prisão Domiciliar e Cria Tensão com EUA e Supremo

O ministro Alexandre de Moraes, membro do Supremo Tribunal Federal (STF), tomou uma decisão polêmica nesta quarta-feira ao permitir que o ex-presidente Jair Bolsonaro, que atualmente cumpre prisão domiciliar, receba visitas de familiares sem a necessidade de autorização prévia. A medida se aplica a filhos, cunhadas, netos e netas do ex-mandatário, conforme estipulado pelo próprio Moraes. Ele destacou que essas visitas devem ocorrer em conformidade com as determinações legais e judiciais já estabelecidas, mantendo um controle sobre as interações do ex-presidente.

Bolsonaro foi colocado em prisão domiciliar na noite da última segunda-feira, uma decisão que segue uma série de investigações que envolvem sua atuação política e declarações em redes sociais. Na mesma ocasião, houve apreensão de celulares do ex-presidente, que já havia enfrentado outras situações similares. Durante o período em que o ex-presidente foi obrigado a cumprir o regime, Moraes havia restringido as visitas apenas aos advogados e estabelecido a proibição do uso de dispositivos móveis, mesmo que de terceiros, como forma de resguardar a possibilidade de novas infrações.

O comportamento de Bolsonaro foi considerado por Moraes como desrespeitoso em relação ao STF, tendo o ministro declarado que o ex-presidente vinha ignorando medidas cautelares, incluindo restrições ao uso das redes sociais. O ministro foi enfático em ressaltar que a Justiça não permitirá que um réu avance em ações que desafiem a integridade do sistema judicial, mesmo que ele seja uma figura pública com poder político e econômico.

Além das restrições, o caso adquiriu contornos internacionais, pois a administração Biden, em resposta à situação envolvendo Bolsonaro, anunciou sanções a Moraes e a outros ministros do STF, citando um clima de “caça às bruxas”. A situação se complica ainda mais com a imposição de tarifas elevadas sobre produtos brasileiros, uma estratégia adotada pelo governo dos Estados Unidos em meio a essas controvérsias.

No âmbito judicial, a defesa de Bolsonaro se sentiu surpreendida com a decisão de prisão domiciliar e trabalha em um recurso que será analisado pela Primeira Turma do STF. Nos bastidores, há um sinal de descontentamento entre alguns ministros em relação à medida, que poderia agravar tensões e influenciar a percepção pública sobre uma possível condenação do ex-presidente em um futuro próximo. O desenrolar desse caso continua a ser observado de perto, tanto no Brasil quanto no exterior, sendo uma peça-chave na construção do panorama político atual do país.

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