POLÍTICA – Ministro Haddad Confirma Negociações para Aumento de Arrecadação e Aprovação de Medida Provisória sobre IOF Antes da Data Limite

Ministro da Fazenda Confia em Acordo Para Aumento do IOF, Mas Desafios Persistem

Em meio a um cenário de crescente pressão sobre o orçamento federal, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, expressou otimismo quanto à possibilidade de um acordo para a aprovação da medida provisória que visa aumentar o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Em uma declaração feita nesta terça-feira, Haddad enfatizou a importância dessa medida para garantir o aumento da arrecadação e a implementação de cortes de gastos, fundamentais para equilibrar as contas públicas.

O prazo para votar a proposta se aproxima rapidamente; caso o texto não seja aprovado até esta quarta-feira, perderá sua validade. Durante uma entrevista ao programa “Bom Dia, Ministro”, o titular da Fazenda mostrou-se ciente das complexidades que envolvem a aprovação, ressaltando que “ninguém é ingênuo a ponto de imaginar que a lei encaminhada ao Congresso Nacional será aprovada sem emendas”. Sua confiança, no entanto, reside na possibilidade de um consenso que atenda às prioridades governamentais sem comprometer o orçamento para o próximo ano.

Este movimento se dá em um contexto onde o governo já anunciou um bloqueio e um contingenciamento de aproximadamente R$ 30 bilhões para cumprir as metas estipuladas pela nova lei fiscal. Além disso, foi implementado um decreto sobre o IOF, buscando arrecadar cerca de R$ 20 bilhões até o final do ano, mas a resistência nas esferas financeira e política levou à necessidade de buscar alternativas.

O cenário se complica ainda mais com a necessidade de cortar gastos federais, que impactaria a prestação de serviços e também as emendas parlamentares. O novo texto da medida provisória, apresentado recentemente, precisa ser votado dentro de um período de 120 dias, mas encontra obstáculos no Congresso, onde há setores fortemente contrários às novas taxações.

Entre as mudanças propostas na nova MP estão o aumento do Imposto de Renda retido na fonte sobre os Juros sobre Capital Próprio e uma elevação nos tributos sobre empresas de apostas esportivas e fintechs. Haddad argumentou que a eliminação de certos privilégios tributários é essencial para que o país consiga estabelecer um sistema mais justo e equitativo.

Além das discussões sobre o IOF, o governo também celebrou a recente aprovação da isenção do Imposto de Renda para cidadãos com rendimentos de até R$ 5 mil mensais, um passo que o ministro considera um avanço significativo na luta contra a desigualdade social. Entretanto, ainda há debates em torno da possibilidade de ampliar essa faixa de isenção, o que exigirá a sugestão de novas fontes de receita.

A expectativa é que, com diálogo e entendimento entre os diferentes atores do Congresso, o governo consiga viabilizar as medidas necessárias para garantir uma gestão fiscal mais equilibrada, enquanto atende aos compromissos assumidos na campanha eleitoral. Com um ambiente político curioso, Haddad mantém a esperança de que os desafios atuais possam ser superados, sem abrir mão do necessário rigor fiscal.

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