Durante uma longa conversa no Palácio da Alvorada, que durou mais de uma hora, Sabino apresentou sua justificativa e expressou o desejo de concluir algumas agendas ministeriais antes de formalizar sua saída. Ele se comprometeu a enviar sua carta de demissão após o retorno de Lula de uma viagem a Nova York, onde o presidente participará da Assembleia Geral da ONU e fará o discurso inaugural entre os líderes mundiais.
Celso Sabino, que é deputado federal pelo Pará e assumiu a pasta em julho de 2023, estava diretamente envolvido na organização da COP30, conferência internacional sobre mudanças climáticas que ocorrerá em Belém. Apesar de suas tentativas de negociar uma permanência no cargo junto à liderança do partido, ele acabou cedendo à pressão interna.
A exigência de desfiliação do União Brasil se intensificou após surgirem reportagens insinuando uma possível ligação entre o presidente nacional do partido, Antonio Rueda, e a organização criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC). Tanto Rueda quanto a sigla negaram as acusações. Em resposta, a direção do partido fez insinuações sobre a possível manipulação do governo em relação à divulgação das investigações, que estão sob tutela da Polícia Federal, uma instituição de investigação independente.
A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, não hesitou em criticar a postura do União Brasil, utilizando suas redes sociais para expressar indignação. Em sua mensagem, ela repudiou as acusações e reafirmou que a direção do partido tem o direito de decidir sobre a saída de seus membros do governo, mas não pode atribuir falsas responsabilidades ao governo federal em relação às investigações.
O cenário político, já conturbado, promete novas reviravoltas conforme a pressão sobre outros filiados do partido aumenta e mais desdobramentos surgem a partir das investigações em curso.