Durante uma entrevista concedida ao programa “Bom Dia, Ministro”, Haddad ressaltou a importância do transporte público, especialmente o urbano, para a população, em particular para os trabalhadores. O ministro observou que esse debate não é novo no Brasil e reforçou a necessidade de um diagnóstico completo sobre o setor. “Estamos fazendo uma radiografia do transporte públicas, recuperando estudos existentes para identificar modalidades mais eficazes de financiamento”, destacou Haddad.
Atualmente, 136 municípios no Brasil adotam integralmente a gratuidade no transporte público, principalmente cidades de pequeno e médio porte. Em capitais como Brasília e São Paulo, essa política se restringe aos domingos e feriados. A análise que está sendo realizada pelo ministério inclui diversos aspectos, como os custos do setor, os subsídios fornecidos pelo governo e a contribuição das empresas através do vale-transporte. Outro ponto crucial é entender quanto os trabalhadores precisam desembolsar do próprio bolso para utilizar esses serviços.
Além dessas questões financeiras, Haddad mencionou a importância de identificar “gargalos tecnológicos e as possibilidades de inovação” que possam melhorar a eficiência do sistema. A busca por um modelo sustentável e acessível para o transporte é, portanto, uma prioridade para a atual gestão.
Não só o governo está envolvido nessa discussão. Movimentos sociais em Brasília organizam, entre os dias 6 e 10 de outubro, a “Caravana pela Tarifa Zero”, uma ação nacional liderada pelo Movimento Passe Livre (MPL). O evento inclui aulas, audiências públicas, panfletagem e reuniões com parlamentares e representantes do Executivo, com o intuito de pressionar tanto o governo quanto o Congresso Nacional a considerar seriamente a proposta da gratuidade no transporte público. A mobilização reflete um crescente clamor popular por soluções que tornem o acesso ao transporte mais equitativo e acessível a todos os cidadãos brasileiros.