Durante sua fala, o ministro reiterou que a democracia não deve ser vista apenas como uma escolha, mas sim como um dever de todos os cidadãos. Ele fez uma reflexão sobre os horrores da ditadura militar que assolou o Brasil de 1964 a 1985, destacando os graves impactos que esse período deixou: desaparecimentos forçados, torturas e a destruição de inúmeras famílias. Messias afirmou com convicção: “Se eu tiver que perder meu visto para os Estados Unidos, para que filhos não percam os seus pais, eu perco meu visto. Não vale a pena.” Essa declaração ilustra a seriedade com que ele encara o comprometimento com a democracia.
O ministro também sublinhou que a redemocratização do Brasil foi resultado de uma luta coletiva e que cabe às novas gerações continuar a preservar os avanços conquistados nesse campo. Em um tom de determinação, ele afirmou que não abrirá mão de seus princípios e que a defesa da democracia é um elemento fundamental para a sociedade brasileira.
Essas declarações surgem em meio a um contexto complicado, onde o governo norte-americano já revogou os vistos de diversas autoridades brasileiras, incluindo membros do Supremo Tribunal Federal e outros integrantes do governo. Essa ação é parte de um conjunto de medidas de retaliação implementadas pela administração anterior dos Estados Unidos em resposta a eventos políticos recentes no Brasil, incluindo a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro por tentativas de golpe de Estado.
O evento no BNDES ainda contou com a participação do presidente da instituição, Aloizio Mercadante, que ao se solidarizar com Messias, chamou a revogação do visto de uma “injustiça brutal”. Mercadante ressaltou a integridade e a postura ética do ministro, afirmando que esse tipo de sacrifício será reconhecido ao longo de sua vida. Ao concluir sua mensagem, o presidente do BNDES reafirmou a importância de lutar pelos valores que sustentam a democracia e a República.