POLÍTICA – “Ministra Gleisi Hoffmann Atribui Crescimento da Dívida Pública ao Elevado Nível da Selic, Não às Despesas do Governo”

A ministra-chefe da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, abordou um tema crucial para a economia brasileira, apontando a taxa básica de juros, Selic, como a principal responsável pelo aumento da dívida pública do país, e não as despesas governamentais. Atualmente, a Selic encontra-se em 15% ao ano, o maior patamar desde 2006, quando era de 15,25%.

Em declarações em redes sociais, Hoffmann enfatizou que o elevado nível da Selic “suga” os recursos disponíveis no orçamento nacional, o que, segundo ela, prejudica a prestação de serviços públicos e compromete programas sociais e investimentos fundamentais para o desenvolvimento do país. Ela criticou informações divulgadas na mídia que indicam um crescimento das despesas do governo em 5% acima da inflação como motivo para a alta da dívida pública, ressaltando que tais afirmações ignoram o fato de que os juros estão, na verdade, 10% acima da inflação.

A ministra afirmou que os “juros estratosféricos” encarecem o crédito, limitando o crescimento econômico e exacerbando a dívida pública. Cabe destacar que no último dia 19, o Congresso Nacional aprovou uma proposta de lei orçamentária para 2026, que estipula despesas totais de R$ 6,5 trilhões, dos quais R$ 1,82 trilhão será destinado exclusivamente ao pagamento de juros da dívida pública, representando 28% do total.

As declarações de Hoffmann ocorrem após a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de manter a Selic em 15% pela quarta vez consecutiva. O boletim Focus, publicado pelo Banco Central, reflete uma leve expectativa de queda na Selic até 12,25% até o final de 2026, e posteriormente a 10,5% em 2027 e 9,75% em 2028. A projeção para a inflação também foi ajustada, passando de 4,36% para 4,33% para este ano, embora ainda se mantenha acima da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional, que é de 3%, com um intervalo de tolerância.

Em suma, a discussão em torno da Selic e sua relação com a dívida pública e a inflação é um tema relevante e atual que exige atenção e análise cuidadosa, considerando os impactos diretos sobre a economia e a vida da população. A estratégia do Banco Central segue visando um controle rigoroso da inflação, refletindo um cenário de grande incerteza econômica.

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