Em resposta, o Itamaraty destacou que, como ministro da Defesa, Katz possui a responsabilidade de garantir que seu país atue para prevenir e coibir quaisquer ações que possam ser consideradas genocídio contra os palestinos. O governo brasileiro lembrou que as operações militares de Israel em Gaza resultaram na morte de aproximadamente 63 mil palestinos, incluindo mulheres e crianças, e mencionou ainda a grave situação de fome enfrentada pela população local, que é utilizada como uma arma de guerra.
As tensões entre Brasil e Israel acentuaram-se após bombardeios que atingiram o hospital Nasser em Khan Younis, resultando na morte de pelo menos 20 palestinos, incluindo jornalistas e trabalhadores humanitários. O Ministério das Relações Exteriores do Brasil esperava que Katz, em vez de disseminar “mentiras e agressões”, assumisse a responsabilidade e investigasse o ataque ao hospital.
Adicionalmente, o Brasil está sob análise da Corte Internacional de Justiça devido a suspeitas de violação da Convenção para a Prevenção e Punição do Crime de Genocídio. A escalada do conflito teve início em 7 de outubro, quando o Hamas lançou um ataque a Israel, resultando em numerosas baixas. Desde então, Israel intensificou seus bombardeios sobre Gaza e implementou um cerco total à região.
O presidente Lula, que recentemente expressou sua preocupação com a “continuidade do genocídio” em Gaza, também havia criticado as consequências dramáticas do conflito, relatando a condição de crianças palestinas que sofrem em meio a esse cenário brutal. Em fóruns internacionais, Lula tem chamado a atenção para a urgência de uma reforma no Conselho de Segurança da ONU, que incluiria países do Sul Global.
As críticas de Katz a Lula refletem também a recente saída do Brasil da Aliança Internacional para a Memória do Holocausto, que busca promover a educação sobre o Holocausto e combater o antissemitismo. Katz argumentou que essa decisão colocou o Brasil ao lado de regimes que negam o Holocausto e ameaçam a existência de Israel. Essa situação gerou um clima de tensão diplomática entre os dois países, que ficou ainda mais evidente com a decisão de Israel de rebaixar formalmente o status de suas relações com o Brasil.