POLÍTICA – Manifestação contra aumento da passagem do Metrô de São Paulo é premiada no 46º Prêmio Jornalístico Vladimir Herzog.

No último mês de janeiro, o Movimento Passe Livre (MPL) protagonizou uma manifestação na cidade de São Paulo em repúdio ao aumento das tarifas de trens e metrôs. Fatos lamentáveis ocorreram antes mesmo do início do protesto, quando policiais realizaram diversas prisões no interior da estação República do Metrô, na capital paulista. Um jovem manifestante foi brutalmente detido, tendo seu pescoço pressionado contra o chão por sete agentes do Batalhão de Ações Especiais de Polícia (Baep), que se utilizavam de balaclavas, impedindo a identificação de seus rostos.

A cobertura jornalística dos eventos daquele dia ficou a cargo da equipe da Agência Brasil, composta pelo repórter Bruno Bocchini e pelo fotógrafo Paulo Pinto. Foi uma foto capturada por Pinto, que registrou a imagem do jovem rendido e subjugado por policiais militares, que conquistou destaque e reconhecimento. A emocionante imagem foi premiada no 46º Prêmio Jornalístico Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos, em cerimônia realizada no Tucarena.

Em entrevista, Paulo Pinto compartilhou um pouco de sua trajetória como fotógrafo, revelando a influência de seu irmão e de seu pai, que era jogador de futebol, em sua paixão pela arte de fotografar. Com uma vasta experiência no fotojornalismo, o profissional destacou a importância de seu trabalho em retratar a realidade sem maquiagens, denunciando abusos e injustiças.

Além da premiação pela melhor fotografia, a Agência Brasil também foi contemplada na categoria de vídeo, com a reportagem especial “Inocentes na prisão”, veiculada no programa “Caminhos da Reportagem”. A jornalista Ana Passos, da TV Brasil, destacou a relevância do conteúdo veiculado, que abordou as injustiças enfrentadas por jovens negros no sistema carcerário brasileiro.

O Prêmio Vladimir Herzog, em sua 46ª edição, homenageia a vida e obra do jornalista Vladimir Herzog, assassinado durante a ditadura militar no Brasil. Neste ano, em que o golpe militar de 1964 completa 60 anos, a premiação presta homenagens a figuras que representam a luta pelos direitos humanos e pela democracia, como Margarida Genevois e Ziraldo. A memória de jornalistas e militantes que foram perseguidos e assassinados durante a ditadura também é lembrada, como no caso do fotojornalista Luiz Eduardo Merlino, que foi homenageado póstumamente.

A premiação do fotógrafo Paulo Pinto no Concurso de Fotografia do Museu do Futebol 2024 coroa uma carreira dedicada a retratar momentos marcantes e denunciar injustiças. Seu trabalho exemplifica o papel fundamental do jornalismo na sociedade, ao dar voz aos que são oprimidos e defender os direitos humanos.

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