Em seu discurso, Lula enfatizou que a transição para energias renováveis coloca o Brasil em uma posição vantajosa no cenário global. “Quando eu vejo o pessoal falar de hidrogênio verde, de revolução de energia solar, eólica, biomassa, eu fico pensando qual é o país do mundo que pode competir com o Brasil?”, questionou o presidente. Lula reiterou a necessidade de que os países historicamente responsáveis pelo aquecimento global, devido ao uso extensivo de combustíveis fósseis e desmatamento, contribuam financeiramente para a preservação ambiental global.
O marco legal do hidrogênio verde estabelece um sistema brasileiro de certificação e mecanismos de incentivo que visam atrair projetos de produção de energia sustentável. O governo irá disponibilizar R$ 18 bilhões em incentivos fiscais ao longo de cinco anos para promover a descarbonização da indústria e dos transportes. Os dados do Ministério de Minas e Energia, através do ministro Alexandre Silveira, indicam que o Brasil já tem mais de R$ 200 bilhões em projetos de hidrogênio verde anunciados dentro do Programa Nacional do Hidrogênio (PNH2).
De acordo com o Plano Decenal de Expansão de Energia 2031, elaborado pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE), o Brasil tem potencial para produzir 1,8 gigatonelada de hidrogênio por ano, com cerca de 90% desse volume sendo gerado a partir de energias renováveis. “É desenvolvimento tecnológico e industrial na cadeia produtiva do hidrogênio nacional”, assinalou o ministro Alexandre Silveira, reforçando que essa iniciativa cria uma nova indústria no Brasil, fortalece a agricultura nacional e assegura a soberania energética e a segurança alimentar do país.
Além disso, o Ceará se projeta como o principal produtor de hidrogênio verde no Brasil, principalmente devido à instalação de um hub no Porto do Pecém. Em um movimento estratégico, a Fortescue, uma das maiores mineradoras do mundo, anunciou um investimento de US$ 5 bilhões para um projeto de produção de hidrogênio verde no Complexo Industrial e Portuário do Pecém, com capacidade para gerar 837 toneladas diárias utilizando energia renovável.
Durante o evento, também foram assinados documentos relativos à infraestrutura e ao desenvolvimento regional, como a ordem de serviço para o início das obras da Ferrovia Transnordestina, que se estenderá entre Quixeramobim e Quixadá, no Ceará. O presidente Lula reafirmou seu compromisso com o desenvolvimento do Nordeste e a igualdade regional, lembrando de obras importantes como a transposição do Rio São Francisco, iniciada durante seu primeiro mandato.
Além disso, Lula assinou uma medida provisória que reformula o Programa Nacional de Mobilidade Verde e Inovação (Mover), focado na descarbonização da frota automotiva do país, e sancionou a criação do Fundo de Investimento em Infraestrutura Social (FIIS) para financiar empreendimentos em áreas como saúde, educação e segurança pública, adaptando também o regulamento do Fundo de Desenvolvimento do Nordeste (FDNE) às diretrizes do Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
Estas ações marcam um significativo avanço no desenvolvimento de energias renováveis e infraestrutura no Brasil, consolidando o país como um líder na transição energética global e no combate às mudanças climáticas.