Na manhã desta quarta-feira, 29 de outubro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reuniu em caráter emergencial com seus ministros no Palácio da Alvorada. O principal foco do encontro é a operação policial denominada Operação Contenção, que ocorreu no Rio de Janeiro e resultou na tragédia que deixou mais de 130 mortos, com a contagem de corpos ainda em andamento, uma vez que muitos continuam sendo retirados de áreas de mata por moradores da comunidade.
Entre os ministros presentes estão o vice-presidente Geraldo Alckmin e os titulares das pastas de Justiça, Defesa, Casa Civil e Direitos Humanos, entre outros. A gravidade da situação gerou reações de autoridades locais, incluindo o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, que admitiu que a operação ultrapassou os limites da competência do estado. Ele enfatizou a necessidade urgente de um apoio federal mais robusto no combate às organizações criminosas, uma demanda que já havia sido expressa antes da reunião de Lula.
O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, declarou que até o momento não havia recebido um pedido formal do governador para suporte à operação, o que criou certa tensão entre as esferas governamentais. As forças de segurança estaduais realizaram a ação mais letal nos últimos 15 anos na tentativa de desmantelar o Comando Vermelho nas comunidades do Alemão e da Penha. No entanto, a reação dos criminosos foi imediata, bloqueando 35 ruas na cidade com barricadas e veículos.
Especialistas em segurança criticam a operação, alertando que ações como essa tendem a intensificar a violência, ao invés de resolver o problema do crime organizado. Para eles, a operação não apenas falhou em seus objetivos, mas reforçou a sensação de insegurança entre os cidadãos.
Lula, que retornou a Brasília na noite anterior de uma viagem ao Sudoeste Asiático, foi informado da situação antes mesmo de seu retorno. A Casa Civil já estava em discussão sobre o tema, e Rui Costa, ministro da Casa Civil, atendeu ao pedido de Castro para a transferência de dez detentos, supostamente responsáveis pela orquestração de ações violentas mesmo do sistema prisional.
