Em seu discurso, Lula mencionou que a questão da PLR está presente em suas preocupações há muito tempo e garantiu que a reforma tributária aprovada parcialmente no Congresso está em andamento para garantir que o PLR não seja tratado como renda. “Esse país tem, pela primeira vez, um presidente que se compromete a fazer com que aquilo que é salário não possa ser tratado como renda”, afirmou, enfatizando que trabalhadores não devem ser penalizados enquanto acionistas e sócios já desfrutam de benefícios fiscais semelhantes.
O presidente destacou a disparidade no tratamento fiscal existente, observando que acionistas podem receber elevados bônus sem pagar IR, enquanto trabalhadores não têm como escapar da tributação, que é descontada diretamente na folha de pagamento. Lula garantiu que está esperando a oportunidade ideal para acabar com o Imposto de Renda sobre o PLR, um movimento esperado há tempos pelos sindicatos dos trabalhadores.
No Congresso, tramita atualmente o Projeto de Lei (PL) 581/2019, que visa alterar a Lei de Participação nos Lucros das Empresas para conceder aos empregados o mesmo tratamento fiscal concedido a sócios e acionistas na distribuição de lucros ou dividendos. O texto já foi aprovado no Senado e agora aguarda a aprovação da Câmara dos Deputados.
Ainda durante a visita, Lula exaltou os investimentos do setor automotivo no país, citando que a fábrica da Renault, em São José dos Pinhais, investiu mais de R$ 12 bilhões desde sua instalação no Brasil. Para o período de 2023 a 2025, estão previstos mais R$ 2 bilhões em investimentos. A montadora francesa, que opera no Paraná há cerca de 25 anos, emprega mais de 5 mil funcionários diretamente, além de gerar 25 mil empregos indiretos em todo o estado.
No mesmo evento, o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Márcio Leite, comemorou o aquecimento do mercado automobilístico brasileiro, que já vendeu 1,5 milhão de novos veículos este ano, marco atingido no ano anterior apenas em setembro. Ele destacou ainda a criação de mais de 50 mil novos empregos no setor, um número que não se via desde 2012.
Além das questões trabalhistas e automotivas, Lula participou da assinatura da ordem de serviço para o início das obras do Lote 2A da BR-487, conhecida como Estrada Boiadeira. O projeto, a ser executado pelo Ministério dos Transportes e pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), está orçado em R$ 322 milhões e totaliza 37,39 quilômetros. A federalização recente da rodovia permite ao Dnit atuar integralmente na manutenção do Lote 1A.
No mesmo dia, Lula também marcou a retomada das operações da Fábrica de Fertilizantes Araucária Nitrogenados S.A (Ansa), subsidiária da Petrobras, após um investimento de R$ 870 milhões. As atividades da fábrica, suspensas desde 2020, serão reativadas.
O presidente seguirá viagem para o Rio Grande do Sul, onde tem agendas programadas em Porto Alegre e na região metropolitana. Entre os compromissos estão a entrega de unidades habitacionais do programa Minha Casa, Minha Vida, a inauguração de uma nova estrutura para tratamento de câncer, e o lançamento de um novo complexo viário em São Leopoldo.
